
Uma Comissão Independente da ONU concluiu que Israel está cometendo genocídio contra a população palestina em Gaza, em relatório divulgado nesta terça-feira (16). O documento responsabiliza diretamente a liderança israelense, incluindo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, por incitar e sustentar políticas que resultaram em destruição em massa, mortes e condições de vida insustentáveis no território.
De acordo com a apuração, os investigadores identificaram a prática de quatro dos cinco atos definidos na Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio de 1948. Entre eles, estão assassinatos em larga escala, imposição de sofrimentos físicos e psicológicos severos, criação de condições de vida voltadas à destruição do grupo palestino e ataques à saúde sexual e reprodutiva da população.
O relatório também cita a destruição de hospitais, clínicas de fertilidade e maternidades, além do bloqueio persistente de ajuda humanitária essencial, como alimentos, água e medicamentos. Para a comissão, tais práticas configuram um esforço deliberado de inviabilizar a sobrevivência dos palestinos em Gaza.
Israel rejeitou as conclusões, classificando-as como “fabricadas” e “politicamente motivadas”. O governo alega que suas ações são medidas de autodefesa diante das ofensivas do Hamas e que não há intenção genocida em suas operações militares.
A divulgação reacende pressões internacionais por responsabilização de autoridades israelenses e deve intensificar os debates sobre o papel da comunidade internacional na proteção dos civis em Gaza. O documento será encaminhado ao Conselho de Direitos Humanos e pode servir de base para futuras medidas legais em tribunais internacionais.