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Cerâmica Serra da Capivara impulsiona turismo e renda em Coronel José Dias

Quem visita o Parque Nacional Serra da Capivara e se encanta com os registros mais antigos da presença humana nas Américas // Fábrica de cerâmica Serra da Capivara (Foto: Francisco Gilásio)

Quem visita o Parque Nacional Serra da Capivara e se encanta com os registros mais antigos da presença humana nas Américas também pode conhecer outro lugar onde o passado inspira o presente, a fábrica de cerâmica Serra da Capivara, nascida da visão da arqueóloga Niède Guidon e mantida pelas mãos da comunidade. Localizada no município de Coronel José Dias, é mais que uma empresa, é símbolo de resistência, arte e desenvolvimento há 31 anos.

O projeto de criação da fábrica foi idealizado com o propósito de gerar emprego e renda para a população local, sem agredir o meio ambiente. Quem conta o início dessa história é Marcos Oliveira, diretor responsável pela fábrica.

“Desde o início, a doutora Niède priorizou práticas sustentáveis, como o uso de argila retirada de lagoas, que, além de evitar a erosão, contribui para o aumento da capacidade de retenção de água nas áreas secas, e o uso de forno a gás, eliminando a necessidade de desmatamento para a queima”, relata.

“O ceramista, na época, montou o primeiro forno e a gente começou com quatro artesãos. Hoje somos 41, fora o pessoal da loja, do escritório e da embalagem, que somam mais de 60 pessoas”, frisa.

Peças produzidas na Cerâmica Serra da Capivara (Foto: Francisco Gilásio)

Com produção 100% artesanal, a fábrica alcança hoje uma média de 10 mil peças por mês, entre utilitários como pratos, copos, canecas e travessas, e itens decorativos, como vasos e esculturas trazendo pinturas das inscrições rupestres encontradas no parque. A fábrica atende grandes nomes do design e da cultura brasileira, como a loja Tok&Stok, o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), clientes de Brasília, São Paulo e de todo o país.

Artesão na Cerâmica Serra da Capivara (Foto: Francisco Gilásio)

Mesmo com as perdas recentes de Girleide, em janeiro, e da arqueóloga Niède Guidon, em junho deste ano, a equipe mantém vivo o legado das duas mulheres que construíram esse sonho. “A cerâmica tem um bom espaço, um bom comércio, uma estrutura já pronta. E hoje o turismo tem crescido bastante, o que fortalece ainda mais nosso trabalho”, pontua Oliveira.

“Além do impacto econômico e social, a fábrica se tornou um atrativo consolidado para os visitantes do Parque Nacional. Para os turistas, participar do tour na fábrica e vivenciar o processo criativo ao lado dos artesãos é uma experiência inesquecível. Muitos produzem suas próprias peças, aprendem sobre a origem da argila e saem com a sensação de que, ao comprar ou interagir com a cerâmica, estão contribuindo diretamente para o desenvolvimento da nossa população local”, pontua o gestor.

Durante a visita, os turistas acompanham de perto todas as etapas do processo artesanal, desde o preparo da argila, que passa por decantação, secagem e limpeza, até a modelagem, que pode ser feita em torno, formas ou com placas. Após a primeira queima, as peças são esmaltadas com minérios naturais, recebem a pintura inspirada nas figuras rupestres e passam por uma segunda queima a 1.240 °C, adquirindo cor, brilho e resistência. O passeio inclui a oficina e termina na loja, onde é possível adquirir as peças. A fábrica funciona de segunda a sexta, das 7h30 às 17h30, e aos sábados, das 8h às 12h.

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