A Copa Libertadores ruma à sexta final em jogo único no próximo sábado, quando Atlético-MG e Botafogo se enfrentam no Monumental de Núñez, em Buenos Aires. A partir da edição 2019 da competição, os 180 minutos que mudavam as histórias de clubes passaram a ser 90, na maioria das vezes longe das casas dos finalistas, num cenário que se transformou numa forja para a criação de grandes heróis e vilões.

Das cinco finais únicas disputadas até hoje, as cinco com presenças brasileiras, todas foram decididas por um gol de diferença. Um chute certo, uma cabeçada ou posicionamento inteligente e oportuno podem mexer com carreiras na competição.

A Libertadores foi o palco que consolidou a idolatria de Gabigol no Flamengo. Os quatro gols em finais da América marcados por ele são um dos grandes motivos para o possível adeus do atacante ao clube dividir a torcida rubro-negra de forma tão acalorada. Gabigol balançou as redes duas vezes na histórica virada sobre o River Plate na decisão de 2019 (2 a 1), em Lima, e fez o gol solitário sobre o Athletico que deu ao Fla o tri em 2022, em Guaiaquil. Além de ter marcado na final de 2021, na derrota para o Palmeiras.

O atual camisa 99 já estava alçado ao patamar de ídolo na primeira conquista (um dia depois, o clube foi campeão brasileiro) e se solidificou ainda mais no posto com o gol que marcou três anos depois. Hoje, é um dos jogadores mais vitoriosos da história do Flamengo.

Gabigol no Flamengo:

13 títulos: Libertadores (2019 e 2022), Brasileirão (2019 e 2020), Copa do Brasil (2022 e 2024), Carioca (2019, 2020, 2021 e 2024), Supercopa do Brasil (2020 e 2021) e Recopa Sul-Americana (2020).

304 jogos, 160 gols e 44 assistências (uma passagem)

Quem também viu seu patamar mudar no futebol brasileiro foi Deyverson, que deve estar em campo com a camisa do Galo no sábado. O jogador já havia marcado gol que garantiu o título Brasileiro ao Palmeiras em 2018, sobre o Vasco. Mas 90 minutos em Montevidéu o transformaram no “Deyvin”, figura tão marcante quanto decisiva.

Na final de 2021 (2 a 1), contra o Flamengo, o camisa 9, reserva da equipe de Abel Ferreira, aproveitou uma bobeada de Andreas Pereira e saiu de cara para Diego Alves para dar ao Palmeiras seu tricampeonato, no segundo título consecutivo.

Aquele lance também rendeu a Andreas uma desconfiança permanente no Flamengo. Hoje destaque no Fulham-ING e bem cotado na seleção brasileira, acabou virando “vilão” da decisão e não teve vida longa no rubro-negro.

4 títulos: Libertadores (2021), Brasileirão (2018), Recopa Sul-Americana (2022) e Paulista (2022)

140 jogos, 30 gols e e 10 assistências (duas passagens)

Dez meses antes, outro reserva alviverde já havia entrado para a história do clube numa final do torneio. O atacante Breno Lopes, que havia chegado três meses antes, após se destacar no Juventude, foi chamado por Abel no fim do segundo tempo e em seu segundo jogo naquela Libertadores decretou a vitória sobre o rival Santos (1 a 0) no Maracanã. Breno faria mais de 160 jogos pelo Palmeiras, fez parte do elenco da conquista seguinte (e de outros títulos alviverdes) e hoje é jogador importante do Fortaleza.

9 títulos: Libertadores (2020 e 2021), Brasileirão (2022 e 2023), Recopa Sul-Americana (2022), Supercopa do Brasil (2023) e Paulista (2022, 2023 e 2024)

167 jogos, 25 gols e 6 assistências (uma passagem)

O mesmo Maracanã traria o fim de outra grande história com capítulo derradeiro na final única, no ano passado. O atacante John Kennedy, do Fluminense, era visto como joia atrapalhada por problemas extracampo. Na temporada passada, voltou de empréstimo à Ferroviária-SP e virou uma aposta quase pessoal do técnico Fernando Diniz.

Acabou sendo o herói que o treinador precisava. Entrou aos 35 do segundo tempo sob a a antevisão de Diniz de que marcaria o gol do título sobre o Boca Juniors. Foi o que fez, já na prorrogação (2 a 1), garantindo a primeira conquista tricolor na história da competição.

John Kennedy no Fluminense:

3 títulos: Libertadores (2023), Recopa Sul-Americana (2024) e Carioca (2023)
112 jogos, 21 gols e 5 assistências – duas passagens

GE

Das cinco finais únicas disputadas até hoje, as cinco com presenças brasileiras, todas foram decididas por um gol de diferença

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