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Cientistas finalmente encontram uma definição para o cometa 3I/Atlas

Novas imagens do cometa 3I/ATLAS foram divulgadas pela Administração Espacial Nacional da China (CNSA) – (crédito: Reprodução/CNSA/Divulgação)

O cometa 3I/Atlas, terceiro visitante interestelar confirmado a entrar no nosso Sistema Solar, deve ser um objeto carbonáceo primitivo, com grande quantidade de metal e gelo de água, segundo um novo estudo ainda não revisado por pares. A análise indica que o objeto, descoberto em julho de 2025, está passando por intensa atividade criovulcânica, algo semelhante a “vulcões de gelo”, enquanto faz sua primeira aproximação significativa ao Sol em milhões de anos.

Os cientistas acreditam que o visitante seja extremamente antigo, com idade estimada entre 3 e 11 bilhões de anos. Ele teria viajado por eras no frio do espaço interestelar, longe de qualquer estrela, preservando sua composição original. Estimativas apontam que o objeto é relativamente grande, com diâmetro entre 300m e 5,6km e rotação de cerca de 16 horas, características que ajudam na distribuição do calor solar. 

O estudo comparou o espectro de luz refletida pelo cometa com amostras de meteoritos coletados pela Nasa na Antártida. O resultado mostrou semelhança com condritos carbonáceos CR, um tipo de meteorito considerado entre os mais primitivos e ricos em metal.

Isso mostra que o 3I/Atlas é composto de uma grande quantidade de gelo e água, materiais carbonáceos, além de metais nativos, como ferro e níquel. Além disso, a ausência de um “manto” de poeira isolante indica que ele é pristino, ou seja, nunca foi aquecido o suficiente para alterar sua estrutura.

Ao se aproximar do Sol, apresentou um rápido aumento de brilho, equivalente a 2 magnitudes, quando estava a 2,53 unidades astronômicas da estrela. Esse comportamento indica que o gelo começou a sublimar, transformando-se diretamente em vapor.

Estrutura

O que mais chamou a atenção é a composição do coma, uma nuvem difusa ao redor do núcleo. Ele apresenta níveis incomuns de CO2, CO e níquel, algo raro em cometas típicos. Os cientistas explicam que isso pode ser resultado de reações químicas entre água aquecida e grãos metálicos, produzindo gases por processos semelhantes às reações Fischer-Tropsch, conhecidas por gerar compostos orgânicos complexos.

A atividade de criovulcânica pode ser explicado pelas reações químicas vindas do calor da sublimação. Nesse processo, materiais voláteis pressurizados são expelidos do interior dele, liberando poeira rica em metal e gelo para o espaço, comportamento antes visto em alguns objetos distantes do Sistema Solar, como Plutão e TNOs (objetos transnetunianos). 

Metaforicamente, os cientistas descrevem-no como uma “cápsula do tempo” viajando há bilhões de anos no escuro profundo da galáxia. Ao se aproximar do Sol, “descongela” pela primeira vez, revelando sua química interna e oferecendo pistas sobre como materiais semelhantes podem ter se formado em sistemas planetários distantes.

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