
Polícia Civil do RJ afirma que vai indiciar rapper Oruam por associação com facção criminosa
A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou, nesta terça-feira (22), que pretende indiciar o rapper Oruam por suposta ligação com o Comando Vermelho, uma das principais facções criminosas do estado. A declaração foi feita pelo secretário da corporação, delegado Felipe Curi, após uma operação realizada no bairro do Joá, zona oeste da capital, que resultou em confronto entre policiais e pessoas que estavam na residência do artista.
Segundo a polícia, o rapper teria tentado impedir a apreensão de um adolescente de 17 anos, conhecido como “Menor Piu”, que é apontado como foragido da Justiça. A operação foi conduzida por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), com o objetivo de localizar o jovem, que teria sido visto na casa de Oruam.
Ainda de acordo com a versão policial, durante a abordagem, o adolescente foi colocado em uma viatura, mas conseguiu fugir após uma confusão generalizada. Policiais relataram ter sido hostilizados com xingamentos e objetos arremessados por pessoas que estavam no imóvel, incluindo o próprio artista. Um agente ficou ferido, e um carro descaracterizado da corporação foi danificado.
Registros em redes sociais
Oruam publicou vídeos da ação em suas redes sociais, em que aparece pedindo ajuda de seguidores e mostrando a presença da polícia em frente à residência. Em uma das postagens, ele escreve: “Me ajuda, eles estão aqui na minha porta”, além de convocar motociclistas a irem até o local. As imagens também mostram o momento em que os policiais revistam um grupo de pessoas e tentam conter os ânimos.
Durante a operação, um homem identificado como Pablo Ricardo de Paula foi detido e autuado por crimes como resistência, lesão corporal e associação ao tráfico. A defesa dos envolvidos ainda não se manifestou publicamente.
Histórico e novas frentes de apuração
Esta não é a primeira vez que a casa do rapper é citada em investigações. Em fevereiro, durante outra ação policial, um suspeito de integrar o tráfico, identificado como Yuri Pereira Gonçalves, o “Batata” foi localizado no mesmo imóvel, portando uma arma de uso restrito.
Nos últimos dias, também passou a circular nas redes sociais um print de uma suposta chamada de vídeo envolvendo Oruam, o traficante “Doca” e um terceiro homem identificado como “Cocão”, apontado como membro do Terceiro Comando Puro, facção rival do CV. A autenticidade dessas imagens está sob apuração.
Apesar das declarações feitas por integrantes da Polícia Civil durante entrevistas, até o momento Oruam não foi formalmente indiciado, e o caso segue sob investigação. O espaço segue aberto para manifestação da defesa do artista.