
O ministro do Turismo, Celso Sabino, entregou nesta sexta-feira (26 de setembro) sua carta de demissão, em cumprimento à decisão do União Brasil de que seus filiados deixem cargos no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A saída do ministro acontece após negociações nas últimas semanas para tentar adiar a decisão, mas ele acabou acatando a determinação do partido.
Sabino permanecerá à frente da pasta até quinta-feira (2 de outubro), a pedido do presidente, para acompanhá-lo em um evento de entrega de obras concluídas para a COP30, em Belém.
Em pronunciamento, o ministro explicou:
“Tive uma conversa hoje com o presidente da República, em virtude da decisão do meu partido de deixar o governo, e vim cumprir meu papel, entregando ao presidente minha carta e o pedido de saída do Ministério do Turismo, cumprindo a decisão do partido.”
Ele acrescentou que seu desejo era continuar o trabalho à frente da pasta e que há abertura para diálogo entre o governo e o União Brasil sobre os próximos passos:
“O presidente acenou com a possibilidade de ampliar o diálogo junto ao partido para definir as cenas dos próximos capítulos.”
Sabino é filiado ao União Brasil, foi eleito deputado federal pelo Pará e deve retornar à Câmara dos Deputados após dois anos à frente do Ministério do Turismo. Nas últimas semanas, manteve conversas com dirigentes e aliados para tentar adiar a saída, alegando compromissos à frente da pasta, especialmente relacionados à preparação da COP30, marcada para novembro em Belém.
O União Brasil havia aprovado na semana passada uma resolução exigindo que filiados deixassem cargos no governo em até 24 horas. A medida prevê punições disciplinares para quem não cumprir, incluindo a expulsão do partido. A decisão foi tomada após polêmicas envolvendo o presidente nacional da sigla, Antonio de Rueda, que negou qualquer ligação com as acusações veiculadas.
Apesar da exigência do partido, outros ministros indicados pelo União Brasil, como Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) e Frederico Siqueira (Comunicações), não serão afetados, pois ocupam cargos na cota pessoal do presidente do Senado, Davi Alcolumbre.
A saída de Sabino ocorre de forma planejada e coordenada, permitindo ao governo manter a continuidade das políticas do Turismo e garantir que as agendas estratégicas, especialmente as preparações para a COP30, sigam sem interrupções. A decisão também reforça o compromisso da gestão em respeitar as determinações partidárias ao mesmo tempo em que mantém o diálogo e a cooperação com os aliados, assegurando a estabilidade administrativa da pasta.