
Pelo menos 22 pessoas morreram nesta quinta-feira (17) em uma série de ataques aéreos realizados por Israel na Faixa de Gaza. Entre as vítimas estão dois fiéis que estavam em uma igreja fortemente ligada ao Papa Francisco, segundo autoridades médicas e representantes religiosos.
Segundo o Patriarcado Latino de Jerusalém, um homem e uma mulher morreram durante um bombardeio que atingiu a Igreja da Sagrada Família, em Gaza. A instituição religiosa informou que o ataque parece ter sido realizado por forças israelenses e resultou em ferimentos em outras pessoas, incluindo o padre Gabriele Romanelli, argentino que mantinha contato frequente com o Papa Francisco sobre a situação no território palestino. Ele sofreu ferimentos leves e foi atendido no Hospital Al-Ahly.
Imagens divulgadas pela igreja mostram danos significativos ao edifício: o telhado foi atingido próximo à cruz principal, a fachada foi chamuscada e várias janelas foram destruídas. Em comunicado, o Patriarcado lamentou as mortes e pediu o fim imediato da guerra, classificando o ataque como injustificável.
Em resposta, as Forças de Defesa de Israel (IDF) afirmaram estar cientes das denúncias e que o incidente está sob análise. O Exército declarou que se esforça para evitar danos a civis e a estruturas religiosas.
Ao longo do dia, outros ataques aéreos também deixaram dezenas de mortos. Médicos locais relataram que uma família inteira foi atingida em Jabalia, no norte de Gaza. Um homem, sua esposa e cinco filhos morreram no bombardeio. Outro ataque matou oito homens encarregados de proteger caminhões de ajuda humanitária. Em Zeitoun, no leste da região, quatro pessoas foram mortas, e três morreram em ataques no centro de Gaza.
As ofensivas ocorrem em meio às negociações por um cessar-fogo, mediadas em Doha. Representantes dos Estados Unidos afirmaram que as conversas avançam, mas fontes do grupo Hamas disseram que ainda não houve progresso real.
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, condenou os ataques e declarou que nada justifica ações militares contra civis. O Vaticano também se manifestou, informando que o Papa Francisco está profundamente triste com as mortes e reforçou seu apelo por um cessar-fogo imediato.
Desde o início da ofensiva israelense, em resposta ao ataque do Hamas em outubro de 2023, Gaza enfrenta uma grave crise humanitária, com fome, destruição e colapso dos serviços básicos. Agências da ONU alertam para a iminência de um colapso total no território, diante da falta de suprimentos e da continuidade dos confrontos.