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Bolsonaro não explica razões para analisar medidas extremas

O ex-presidente disse, também, que não é crime “discutir hipóteses de dispositivos constitucionais”, mas não esclareceu em que se basearia para adotá-los – (crédito: Ed Alves CB/DA Press)

Declarado réu pelo Supremo Tribunal Federal, com mais sete ex-integrantes do seu governo, o ex-presidente Jair Bolsonaro partiu para o ataque em um pronunciamento, de aproximadamente uma hora, contra o ministro Alexandre de Moraes, o processo eleitoral e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em uma das saídas do Senado e cercado por apoiadores, tentou desqualificar o magistrado — disse que o relatório apresentado trouxe acusações “infundadas”; voltou a dizer que as urnas eletrônicas não são confiáveis; e aproveitou a presença da imprensa para criticar o governo do sucessor de se submeter aos interesses da China. Porém, quando começava a explicar por que discutiu, com ex-auxiliares, a hipótese de adotar medidas extremas — como estados de defesa e de sítio —, mudou de assunto.

“Espero botar um ponto final nisso. Parece que tem algo pessoal contra mim. A acusação é muito grave, e são infundadas (sic). E não é da boca para fora”, disse o ex-presidente. Depois de ler, por cerca de cinco minutos, um roteiro de assuntos que pretendia tratar, abandonou-o e desferiu vários ataques — muitos sem comprovação. Negou ter liderado uma trama golpista e, também, que tenha havido tal tentativa.

“Golpe tem povo, mas tem tropa, tem armas e tem liderança. Um ano, dois anos de investigação, não descobriram quem, porventura, seria esse líder”, afirmou. Porém, a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República (PGR) o apontaram como o chefe da organização criminosa que planejou a ruptura democrática e culminou nas depredações das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023.

“Pelo amor de Deus. Eu sou golpista? Em 8 de janeiro estava nos Estados Unidos. Uma das cinco acusações contra mim é destruição de patrimônio. Só se for por telepatia. Fizeram pesca probatória, reviraram a vida de todo mundo, três buscas e apreensão em casa. Não acharam nada a meu respeito. O próprio (tenente-coronel Mauro) Cid falou que os militares estavam de férias, no início de janeiro”, afirmou.

O ex-presidente disse, também, que não é crime “discutir hipóteses de dispositivos constitucionais”, mas não esclareceu em que se basearia para adotá-los. Questionado por um jornalista se ele, de fato, debateu o assunto, evitou responder e ameaçou abandonar a entrevista se fosse novamente interrompido.

“Os comandantes jamais embarcariam numa aventura. Discutir, como disse meu então comandante do Exército (general Freire Gomes), hipóteses de dispositivo constitucional, não é crime”, justificou. “Daí inventam: ‘Ah, o Lula ia assinar GLO’. Se assinar, é problema dele, pô. Vai dar golpe com comandante do Lula? Se os meus estivessem mantidos, poderia até haver uma elucubração nesse sentido”, complementou.

Bolsonaro admitiu que deixou o país, no fim de 2022, para não passar a faixa presidencial a Lula. “Graças a Deus, eu saí daqui dia 30 de dezembro. Porque não queria passar faixa para um cara com passado como Lula tem. Não há crime nenhum em não passar a faixa. Não está escrito que é proibido (não) passar a faixa. Fui para os Estados Unidos”, explicou.

A denúncia da PGR considerou os ataques que o ex-presidente fez ao processo eleitoral como uma das fases da escalada na direção da ruptura institucional. Segundo Bolsonaro, o que ele pretendia era que o sistema deveria oferecer uma alternativa física ao registro eletrônico dos votos.

“Estava sozinho na defesa do voto impresso. Sou obrigado a confiar em um programador? Confio na máquina, mas não sou obrigado a acreditar em um programador”, disse, sugerindo que o processo eleitoral eletrônico não tem garantias suficientes de transparência.

Houve espaço, também, para defender a anistia aos vândalos do 8 de Janeiro e usou o caso de Débora Rodrigues dos Santos, condenada a 14 anos de prisão por pichar a estátua da Justiça com a expressão “Perdeu mané”. “Por que essas prisões absurdas? Por que 14 anos, 17 anos? Querem botar 30 (anos) em mim. Se estivesse devendo qualquer coisa, não estaria aqui. Fui para os Estados Unidos, graças a Deus, porque se estivesse aqui, no 8 de Janeiro, estaria preso até hoje ou morto, que eu sei que é o sonho de alguns aí. Eu, preso, vou dar trabalho”, ameaçou.

No início da noite, Bolsonaro voltou a falar com a imprensa e repetiu alguns dos argumentos que havia usado mais cedo. Dessa vez, no entanto, foi interrompido por um manifestante, que tocou a Marcha Fúnebre enquanto ele respondia às perguntas dos jornalistas — sorriu, brincou com a situação, mas demonstrou desconforto.

Porém, quando o manifestante começou a tocar a música “Tá na hora do Jair embora” — entoada por opositores nas eleições de 2022 —, o ex-presidente decidiu pôr fim à coletiva.

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