
Em vista do Dia Mundial da Doação de Órgãos, o presidente da Associação dos Pacientes Renais do Piauí (APREPI), professor Luiz Filho, destacou os principais desafios enfrentados pela categoria. Segundo ele, mais de 3,4 mil pessoas realizam hemodiálise no estado, mas apenas 500 estão cadastradas na fila de transplantes.
A dificuldade maior é a logística para pacientes do interior do estado. Consultas e exames ocorrem em Teresina, o que exige deslocamentos frequentes e altos custos para quem já enfrenta rotina de diálise em dias alternados. “Quem tem algum recurso paga hospedagem e exames particulares, mas muitos ficam fora da fila”, explicou Luiz Filho.
A associação defende que pacientes sejam acolhidos temporariamente em Teresina durante os procedimentos, com apoio do Tratamento Fora de Domicílio (TFD) e do Hospital Getúlio Vargas, que já garante sessões de hemodiálise. A previsão é que, com esse suporte, o número de cadastrados suba de 500 para até 1.800 em seis meses.
Outro obstáculo é a resistência de famílias em autorizar doações. No Piauí, mais de 60% das abordagens resultam em negativas, reduzindo as chances de salvar vidas. “Ainda há muitas perdas porque se prefere sepultar órgãos viáveis em vez de permitir o transplante”, lamentou.
Apesar das dificuldades, Luiz Filho ressaltou que o Piauí não sofre com falta de vagas em clínicas de hemodiálise, situação comum em outros estados. No entanto, regiões como Paulistana ainda carecem de unidades próprias, obrigando pacientes a longos deslocamentos.