
A Federação de Futebol do Piauí (FFP) entrou no centro de uma crise institucional após o Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI) solicitar à Justiça a intervenção direta na entidade. A ação civil pública, protocolada na segunda-feira (1º), também requer o afastamento do presidente da federação, Robert Brown Carcará, cuja gestão é apontada como responsável por um cenário de instabilidade administrativa e fiscal.
O pedido foi assinado pelo promotor de Justiça José Reinaldo Leão Coelho, que afirma que o futebol piauiense está submetido a uma “iminente possibilidade de colapso” diante dos indícios encontrados durante uma investigação formal conduzida pelo órgão.
Apontamentos técnicos e suspeitas fiscais
A análise realizada pelo MPPI identificou inconsistências envolvendo tanto a FFP quanto o Instituto de Futebol do Piauí (IFP), presidido por Daniel Lima Araújo. Entre os pontos destacados, está a divergência entre declarações repassadas à Receita Federal e os registros contábeis internos.
As Guias de Recolhimento do FGTS referentes a janeiro de 2023 e janeiro de 2024 foram entregues pelo IFP como “sem movimento”, embora o Livro Diário da instituição demonstre circulação financeira significativa nos mesmos períodos.
Outro ponto mencionado pelo órgão é a ausência de recolhimento de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) em pagamentos feitos a prestadores de serviços, o que pode resultar em passivos fiscais relevantes.
Afastamento solicitado à CBF
Em paralelo à ação judicial, Robert Brown encaminhou à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na noite de quarta-feira (3), um pedido de afastamento da presidência da FFP. A federação aguarda agora que a CBF defina quem assumirá a gestão temporária do futebol piauiense enquanto o processo judicial segue em andamento.
Dirigentes de clubes relatam expectativa de que o nome do interventor ou presidente interino seja anunciado nos próximos dias, considerando a necessidade de manter a organização das competições estaduais.
Posicionamentos
Até o fechamento deste texto, Robert Brown não se manifestou sobre o conteúdo da ação civil pública nem sobre os fundamentos apresentados pelo Ministério Público.
Já Daniel Araújo informou que permanece disponível para colaborar com a Justiça e prestar todos os esclarecimentos solicitados.







