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Anvisa proíbe medidores de glicose em formato de anel por falta de eficácia

A Sociedade Brasileira de Diabetes alerta que qualquer dispositivo medidor de glicose necessita de validação técnica

A Anvisa determinou a proibição da comercialização, distribuição, fabricação, importação, manipulação, propaganda e uso de medidores de glicose em formato de anel. A medida, publicada na terça-feira (2), atinge os produtos das linhas Glucomax, Glicomax e Glucomax Pro em todas as suas versões.

Estes dispositivos não possuem registro sanitário na Anvisa e sua eficácia não é comprovada cientificamente. A endocrinologista Paula Pires alerta para essa falta de comprovação: “Não existe nenhuma evidência científica sólida, não aparecem em congressos médicos e tampouco têm registro”.

A Anvisa afirma que esses produtos são anunciados em redes sociais e sites de compras online, com a promessa de medir os níveis de glicose, oxigênio e atividade cardíaca sem a necessidade de picadas ou coleta de sangue. Além disso, os anúncios utilizavam imagens de personalidades famosas para iludir os consumidores.

A Sociedade Brasileira de Diabetes alerta que qualquer dispositivo medidor de glicose necessita de validação técnica, o que não é o caso de alguns dispositivos que surgem no mercado, como relógios e, agora, o anel proibido pela Anvisa.

O coordenador do departamento de tecnologia, saúde digital e inovação da SBD Marcio Krakauer, explica que não é necessário agulha para medir a oxigenação e o batimento cardíaco, mas, para medição da glicose, é preciso acessar o sangue ou o líquido intersticial. Assim, a recomendação da entidade é que pessoas com diabetes evitem esses produtos e façam seus exames de forma tradicional.

Os dispositivos disponíveis e aprovados atualmente são os medidores como o FreeStyle Libre 2, um sistema de monitoramento contínuo da glicose (CGM). O aparelho mede os níveis de glicose por meio de um filamento fino e flexível inserido sob a pele, que capta a glicose presente no líquido intersticial —fluido que fica entre as células— e não diretamente no sangue.

As leituras podem ser diferentes das obtidas com o teste de ponta de dedo, especialmente em momentos de variação rápida, como após refeições, aplicação de insulina ou atividade física.

Nessas situações, a glicose no sangue se altera primeiro, e a do líquido intersticial acompanha logo depois, criando um pequeno atraso. Ainda assim, o sistema é considerado preciso e seguro para orientar decisões sobre o controle do diabetes.

Segundo a médica, “esse é o sistema mais utilizado para monitorar a glicose e já tem aprovação até para gestantes com diabetes gestacional. Ele substitui as tradicionais picadas no dedo e, com o apoio de um software, reúne todas as leituras em relatórios detalhados que podem ser acessados pelo computador, facilitando o acompanhamento e o ajuste do tratamento”.

A Anvisa reforça que produtos sem registro não oferecem qualquer garantia de qualidade, segurança ou eficácia, representando sérios riscos à saúde da população. Por isso, a orientação é não utilizar esses dispositivos e denunciar produtos irregulares à agência por meio de sua Ouvidoria ou pela Central de Atendimento, no telefone 0800 642 9782.

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