O planeta passa por altas temperaturas em função das mudanças climáticas que têm impactado a vida das pessoas. Segundo o Serviço de Alterações Climáticas Copernicus (C3S), da União Europeia, o ano de 2024 pode superar 2023, sendo o mais quente desde que os registros começaram. No Piauí, os meses de setembro, outubro, novembro e dezembro são marcados pelo B-R-O Bró, período em que os termômetros sobem ainda mais no estado. Nestes momentos, os cuidados precisam ser redobrados, inclusive para evitar ou amenizar problemas respiratórios oriundos da baixa umidade.
De acordo com a Dra. Alexandra Kolontai, do Instituto de Educação Médica (IDOMED), especialista na área de otorrinolaringologia, a baixa umidade, principalmente abaixo de 30%, pode impactar na nossa saúde. “Especialmente, as vias respiratórias. Isso acontece porque, quando o ar está seco absorve umidade da mucosa do nariz e da garganta, deixando-a ressacada. Isso facilita a entrada de vírus, bactérias, aumentando o risco de infecções, a exemplo de gripes e resfriados. Além disso, a mucosa ressacada pode levar a sangramento na região do nariz”, explica.
A especialista ressalta, também, que o desconforto que muitas pessoas relatam acontece porque a mucosa do sistema respiratório é responsável por filtrar, aquecer e umidificar o ar. “E nesse período de altas temperaturas e baixa umidade ela vai estar ressecada. E sem essa camada protetora de muco, ficamos mais vulneráveis à irritação e inflamações, como tosse, obstrução nasal, assim como piorar os casos de pacientes que têm crises de asma e rinite, por exemplo”, pontua a Dra. Alexandra.
Como se cuidar?
Com relação aos cuidados, além da muita hidratação, que umidifica a mucosa, a Dra. Alexandra relembra que é possível utilizar umidificadores, o que aumenta a umidade do ambiente, especialmente durante à noite. “Se não tiver umidificador, pode usar toalhas molhadas e bacias com água no quarto, por exemplo. Além disso, manter alimentação equilibrada, rica em alimentos que contém água, é fundamental”, frisa. Na hora da atividade física, ela alerta que é preciso “evitar as atividades nos períodos mais quentes, que acontecem geralmente entre 10h e 16h”, endossa.
A especialista acrescenta que deve ser feito a lavagem nasal com soro fisiológico que, além de limpar, umidifica as narinas. Também é válido fazer inalação com soro fisiológico e abrir janelas para circulação de ar ambiente.