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A inverídica transparência da Mídia Corporativa

Com raríssimas exceções, as mídias hegemônicas pautam os acontecimentos que envolvem as gestões públicas de esquerda a partir das lentes determinantes da elite financeira.

Basta assistir, por alguns minutos, aos programas dos canais por assinatura, ou dos canais abertos, para perceber a manipulação ideológica que os jornalistas operam em suas análises. É flagrante as distorções dos fatos em detrimento da verdade.

Apesar de se anunciarem como veículos que primam pela transparência, pela ética e pela responsabilidade social, a prática jornalística da mídia conservadora se materializa na contramão do que anuncia.

O Brasil sofre desse mal há muito tempo. Com conglomerados midiáticos em mãos de famílias ricas, as concessionárias produzem seus ecos manipuladores do Oiapoque ao Chuí, por meio de suas emissoras afiliadas.

O grupo Globo, líder absoluto entre os demais, detém a maior parte do monopólio de formação de opiniões. Apoiou a ditadura militar, atuando como algoz de homens e de mulheres, como Leonel Brizola, Dilma Rousseff, Vladimir Herzog, Zuzu Angel, Rubens Paiva, Stuart Angel, entre tantos brasileiros que sacrificaram suas vidas pelo resgate da democracia.

Esses agrupamentos midiáticos deram voz às torpes mentiras contadas pelos torturadores sobre as mortes e desaparecimentos de pessoas durante o regime ditatorial. De acordo com os registros da Comissão de Anistia do Ministério de Justiça e Cidadania, 50 mil brasileiros foram perseguidos durante os anos sombrios do regime militar.

A imprensa majoritária representada, principalmente, pelos jornais Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo (Estadão) também contribuíram, sobremaneira, com o regime de exceção apoiado pelo empresariado brasileiro e, diretamente, pelo governo norte-americano.

O Estadão, com o argumento pífio de que o país estava rumando para o comunismo, defendeu o golpe em desfavor da maioria do povo, alijada de inúmeros direitos sociais. As forças oligárquicas do país temiam as Reformas de Bases, propostas pelo presidente João Goulart, pela perspectiva alvissareira de efetivação da reforma agrária, entre outras reformas projetadas para diminuir as profundas disparidades sociais.

A Folha chegou a oportunizar serviços de logística para os atos de assassinato e perseguição dos que lutavam contra o regime ditatorial. Em artigo publicado pelo correspondente da Agência Pública Vasconcelo Quadros: “documentos e testemunhos obtidos pelo Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (Caaf), ligado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e analisados com exclusividade pela Agência Pública indicam que a colaboração da Folha de S. Paulo com a ditadura foi mais profunda do que se sabia”. Acrescentou, ainda, que “segundo a pesquisa, o grupo Folha teria emprestado carros de distribuição de jornais para que agentes da repressão os usassem para disfarçar operações do regime nas ruas e que teriam resultado em prisões, assassinatos e desaparecimento de militantes da esquerda armada”. (Disponível em http:s://apublica.org/2023/07/).

Nas eleições de 1989 para a presidência da República, em que Lula concorreu com Fernando Collor, a Rede Globo, em nome de sua decantada e farsante transparência, armou em prejuízo da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva ao editar o resumo do debate entre os candidatos, apresentado no Jornal Nacional (JN). A edição feita pelo jornalista Octávio Tostes e divulgada no JN divulgou apenas as falas mais efusivas e convincentes de Collor, em detrimento de momentos em que Lula não foi tão bem no debate.

Vários anos após, a Globo ratificou o maior transgressor dos princípios e práticas do devido processo legal, o ex-juiz Sergio Moro, agora lembrado como o desmoralizado juiz parcial e suspeito no Direito e no domínio da língua portuguesa.

Mancomunada com os principais personagens da Operação Lava Jato, a Globo formou uma forte aliança com essa operação. Moro e Globo foram movidos por interesses convergentes no intuito de criminalizar o presidente Lula, candidato favorito à Presidência da República, nas eleições de 2018.

Apesar de se anunciarem como veículos que primam pela transparência, pela ética e pela responsabilidade social, a prática jornalística da mídia conservadora se materializa na contramão do que anuncia.

A platinada de um lado, representando o desejo da elite reacionária, mediante o privilégio de furos de reportagem na programação, e de outro, Moro, Deltan Dallagnol e demais procuradores, pela ambição desmedida de fama e de vantagens suspeitas que iriam amealhar no campo político.

Cumpre salientar que a Lava Jato vitimizou 4,44 milhões de empregos, além do prejuízo causado à industrialização e perda substancial da receita das empresas da construção civil. Não bastava pegar “os corruptos”. O plano era dizimar a indústria brasileira.

Em artigo publicado no Conjur, com base num resgate histórico dos movimentos da Lava Jato pelo jornal francês Le Monde por Nicolas Bourcier e Gaspard Estrada, diretor-executivo do Observatório Político da América Latina e do Caribe (Opalc) da Universidade Sciences Po de Paris: “o que começou como a ‘maior operação contra a corrupção do mundo’ e degenerou no ‘maior escândalo judicial do planeta’ na verdade não passou de uma estratégia bem-sucedida dos Estados Unidos para minar a autonomia geopolítica brasileira e acabar com a ameaça representada pelo crescimento de empresas que colocariam em risco seus próprios interesses”. (Disponível em: https://www.conjur.com.br/2021-abr-10/jornal-frances-mostra-eua-usaram-moro-lava-jato/).

Ciente de tudo, a Globo continuou trabalhando contra o país ao endeusar Moro. Nesse sentido, o professor Laurindo Lalo Leal Filho, da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, em entrevista ao ‘Jornal Brasil Atual na Rádio Brasil Atual’, referiu que a relação da mídia com Sergio Moro e a Lava Jato representou um óbice para a democracia brasileira, em razão da divulgação marcada por uma única visão do processo.

A mídia conservadora, sempre do lado obscuro da história brasileira, continua golpeando os interesses do povo brasileiro. Na condição de concessionárias públicas, a mídia corporativa deveria ser condizente com as propostas de desenvolvimento do país e não agir deliberadamente em defesa dos interesses da Faria Lima.

O Grupo Globo, festejado pelos Marinhos em seus 60 anos nesta semana, vez por outra pede desculpas pelos graves e irrecuperáveis prejuízos causados ao povo brasileiro por seu estilo vergonhosamente manipulador. Pelas vozes graves de seus jornalistas, obedientes aos proprietários, ouvimos narrativas de perdões tardios.

A mesma atitude se repete por parte de outros veículos da insana mídia corporativa, tais como: a volta atrás dos donos do Estadão, quando sofreram na própria pele a censura da ditadura, e pela Folha de São Paulo, quando demonstrou arrependimento por ter ajudado o governo militar na perseguição dos que lutavam contra o regime.

Arrependimentos pífios e meramente interesseiros que acontecem, tão somente, quando as evidências do percurso da história marcham em sentido contrário à pseudo credibilidade que sustentam.

As investidas da mídia dominante continuam a reincidir em erros propositais e assim continuarão, enquanto for instrumentalizada pela elite financeira. Raramente evidenciam os êxitos dos governos de esquerda e se os divulgam, procuram brechas para diminuir os bons impactos das medidas governamentais no desenvolvimento do país.

Em entrevista concedida ao jornalista Pedro Varoni, o professor Francisco Fernandes Ladeira do Instituto Federal do Espírito Santo, mencionou: “o chamado ‘coronelismo eletrônico’ – relacionado aos meios de comunicação – é tão nefasto para o país como foi o clássico coronelismo dos grandes proprietários rurais na primeira metade do século passado” (Disponível em: https://www.observatoriodaimprensa.com.br/entrevista).

Esse domínio se repete nas Big Techs, onde a transgressão à verdade é vilipendiosa, pois ocorre sem disfarces a olhos nus com o estímulo dos seus poderosos proprietários.

O “coronelismo eletrônico”, seja da família Marinho, seja do Bispo Macedo, do Luís Frias, dos Mesquitas, do Elon Musk e do Mark Zuckerberg, não tem saída pela via de uma comunicação verdadeiramente democrática.

O recente ataque da GloboNews contra o governo Lula diz respeito aos descontos ilegais nos benefícios dos aposentados, iniciados em 2019 no governo de Bolsonaro. Investigado somente pelo governo Lula, têm sido a bola da vez no intuito de incriminar, unicamente, o atual governo. A bem da verdade, houve inércia na apuração dos indícios de fraude no interior do Ministério da Previdência. Contudo, partiram do governo Lula as ações de investigação conjuntas entre a CGU, a Polícia Federal e o setor de inteligência do INSS, na apuração do esquema de ilegalidades.

Há mais de uma semana a GloboNews vem pautando esse tema, diariamente, com a tática intermitente de desgastar a imagem do governo. Os grilos falantes dos patrões Marinhos, entre esses, o limitado porta-voz da família e inexplicável imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), Merval Pereira, insistem em aprofundar a crise por meio de distorções oportunistas.

Nesse horizonte de mortais da atual hashtag ABL Global, depois da nomeação de mais uma contratada da Globo, como a mais nova imortal da academia, cabe a reflexão: com tantos intelectuais renomados, como Conceição Evaristo, Marilena Chauí, Marcia Tiburi, Ricardo Antunes, Celso Antônio Bandeira de Mello, Lenio Streck, além de outros autores exponenciais, com vasta e consistente produção acadêmica e literária, autores de temas essenciais para compreensão das contradições do país, a última escolha por Míriam Leitão, sem demérito de sua trajetória, surpreendeu o campo da literatura.

Diante do exposto, a partir das incongruências apontadas, resta dedicarmos nosso precioso tempo à leitura de renomados escritores brasileiros, entre tantos, incrivelmente esquecidos nas eleições de novos imortais para compor a ABL.

Em igual medida, cabe focar nossa atenção nas mídias progressistas, com acessibilidade, em larga escala, pelas plataformas digitais. Sem patrocínio comercial, desenvolvem suas programações com apoio e interação ativa de seu público. Caracterizam-se por um estilo de comunicação democrática, livre e plural, diametralmente oposta das meias verdades, das deturpações dos fatos e da falsa isenção ideológica anunciada pela bela voz grave e aparentemente convincente do âncora do Jornal Nacional.

 

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