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A 4 dias do tarifaço, CNI cobra “bom senso” na relação Brasil-EUA

Diante da iminente adoção de uma tarifa de até 50% sobre produtos brasileiros por parte dos Estados Unidos, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) reforçou nesta segunda-feira (28/7) seu posicionamento contrário à medida e apelou pelo “bom senso” nas relações comerciais entre os dois países. Em nota assinada pelo presidente da entidade, Ricardo Alban, a CNI considera a elevação da taxa como “inexequível” e sem qualquer justificativa econômica ou comercial.

A entidade afirma que tem mantido tratativas constantes com autoridades e representantes do governo norte-americano para tentar reverter o chamado “tarifaço” e defende ao menos a prorrogação por 90 dias da medida. A CNI também critica o processo de investigação aberto pelos EUA sob a Seção 301, que tem como foco práticas comerciais consideradas desleais, e pede que os trâmites ocorram de forma formal e transparente.

“Não existe qualquer justificativa econômica/comercial para o Brasil ter saído de uma

Não existe qualquer justificativa econômica/comercial para o Brasil ter saído de uma posição do piso de 10% para uma inexequível posição de teto de 50%”, afirma CNI – (crédito: EVARISTO SA / AFP e ALEX WONG / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)

posição do piso de 10% para uma inexequível posição de teto de 50%”, afirma Alban.

O líder da CNI aponta que uma escalada política ou geopolítica pode estar por trás do endurecimento norte-americano, o que, segundo ele, “seria inaceitável” tanto para os interesses do Brasil quanto dos Estados Unidos. A entidade pede ainda que o debate comercial seja conduzido com pragmatismo e foco técnico, sem interferências ideológicas que acirrem disputas ou prejudiquem os mercados.

“Vamos olhar objetivamente para frente e termos os recentes equívocos como um grande aprendizado para enfrentar os futuros desafios”, destaca o texto.

O presidente da entidade também ressalta que outros países em desenvolvimento têm conseguido preservar suas relações comerciais com os EUA independentemente de divergências ideológicas. Segundo ele, o Brasil deve seguir essa linha e manter sua tradição de diálogo aberto e relações diplomáticas sólidas.

A nota termina com um apelo por moderação e equilíbrio nas tratativas bilaterais, e reafirma que a CNI é contra qualquer escalonamento do conflito comercial. A entidade também se coloca à disposição para colaborar com os processos de negociação e com os esclarecimentos necessários no âmbito da investigação conduzida pelos Estados Unidos.

“Sim, devemos buscar não perder a razão e manter a nítida e clara postura de enfrentar os desafios de forma retilínea e com altivez de quem, efetivamente, quer o melhor para a sua sociedade. Afinal, o equilíbrio e o bom senso sempre prevalecem”, conclui Alban.

O pronunciamento da CNI ocorre em meio a um cenário de crescente tensão nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos desde o início do novo mandato do presidente Donald Trump. Entre outras medidas, o governo norte-americano também já anunciou a retirada de apoio à OMS, o congelamento regulatório e um conjunto de ações protecionistas voltadas à indústria nacional, com forte impacto em países emergentes como o Brasil.

Correioweb

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