Os indígenas Yanomami da comunidade ajudaram a polícia na prisão dos suspeitos.
Movimentos indígenas da região cobraram uma resposta das autoridades e chegaram a organizar uma passeata em protesto no último domingo (5/1), pedindo a responsabilização dos culpados.

A polícia prendeu nesta semana um dos suspeitos de estuprar coletivamente e matar a agricultora Rosimar dos Santos Oliveira, de 45 anos, indígena da etnia Baré. O crime aconteceu na noite de 1º de janeiro em Barcelos (AM) e o corpo da vítima foi encontrado dois dias depois.

Os indígenas Yanomami da comunidade ajudaram a polícia na prisão dos suspeitos. Sirrico foi transferido para um presídio de Manaus no mesmo dia em que foi detido. Ele é suspeito de ter cometido um estupro em outro estado, de acordo com as investigações.

A polícia segue em força tarefa para localizar os outros suspeitos, Klesio Aprueteri Yanomami, de 25 anos, e um adolescente. Ambos também participaram do estupro e homicídio de Rosimar, segundo investigação da Polícia Civil.

Os três suspeitos são acusados de feminicídio, estupro coletivo e vilipêndio de cadáver, já que continuaram o estupro após a vítima estar morta. O crime foi filmado por um celular e o vídeo circulou por aplicativos de mensagem. A reportagem entrou em contato com a Defensoria Pública, responsável pela defesa dos acusados, e aguarda um retorno.

Tensão entre etnias

A morte brutal de Rosimar abalou a comunidade de Barcelos (AM), uma cidade localizada a cerca de 400 km de Manaus, acessível apenas por barco ou avião.

Movimentos indígenas da região cobraram uma resposta das autoridades e chegaram a organizar uma passeata em protesto no último domingo (5/1), pedindo a responsabilização dos culpados.

A Força Nacional foi enviada para o município um dia depois do corpo ser achado. O Ministério da Justiça escreveu em nota que havia uma “situação de tensão envolvendo as etnias Yanomami e Baré”.

No documento em que pede as prisões dos suspeitos, o delegado John Allan Cunha Castilho alertou para o risco de aumento da violência.

“Tem-se ainda a forte possibilidade de revanchismo entre as comunidades indígenas pela indignação caso os autores não sejam presos”, escreveu o delegado.

Metrópoles

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