O mercado clandestino de aranhas tem ganhado cada vez mais adeptos e interessados no Brasil . Apesar da manutenção desses animais em cativeiro ser considerada crime no país, o mercado ilegal movimenta milhões de reais e se tornou uma febre nas redes sociais.
O mais novo “hobby” pode ser explicado por uma série de fatores: os aracnídeos são animais de baixa manutenção e custo, além de serem muito comercializados por vias não oficiais, como em grupos do Facebook ou por rifas.
Um levantamento ainda não publicado da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas) e divulgado pela BBC News Brasil, avaliou, a partir das atividades de 14 grupos na internet, que o mercado clandestino de aranhas movimente, em média, R$ 3 milhões em vendas no período de um ano.
“Virou uma febre o hobby, principalmente entre jovens de classe média. Todo mundo quer ter o bicho mais diferente, o maior, o mais agressivo. Tem muita vaidade em jogo”, diz Dener Giovanini, que fez parte do estudo e é coordenador da Renctas.
Ainda de acordo com o levantamento, a maioria das postagens estava relacionada a aranhas nativas do Brasil, embora houvesse também outras vindas de outras partes da América Latina e até da África. Um terço das espécies mais mencionadas estavam listadas na Cites (Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies Silvestres Ameaçadas de Extinção).
As mais populares são as tarântulas, cujo preço pode variar entre R$ 200 e R$ 1,2 mil em casos de espécies mais raras.
“Hobby” arriscado
Apesar de as aranhas serem as mais populares, há grupos que fomentam a venda e a coleção de outros animais silvestres, como escorpiões, cobras e até ouriços.
Independentemente dos riscos, os praticantes do “hobby” compartilham suas experiências, perguntas e coleções nesses grupos – dúvidas sobre terrários e filhotes de aranhas são comuns.
“Alguém já teve experiência com apreensão? Que problema posso ter?”, escreveu um usuário em uma página popular entre colecionadores no Facebook. “É só uma multa”, diz um dos usuários.
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