O governo da Venezuela revogou os direitos de operação de seis grandes companhias aéreas internacionais que haviam interrompido voos para o país após um alerta emitido pela Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos. As empresas afetadas são Iberia, TAP, Avianca, Latam Colombia, Turkish Airlines e Gol.
A decisão reduz ainda mais a já limitada malha aérea da Venezuela. Em comunicado, as autoridades venezuelanas afirmaram que as empresas “aderiram às ações de terrorismo de Estado promovidas pelos Estados Unidos” ao suspenderem de forma considerada unilateral seus voos comerciais.
O alerta norte-americano, divulgado na última semana, recomendava que companhias evitassem o espaço aéreo venezuelano devido ao que classificou como “situação de segurança cada vez mais instável” e ao aumento da atividade militar no país e em regiões próximas. Caracas rebateu, afirmando que o órgão regulador dos Estados Unidos não possui autoridade sobre seu espaço aéreo.
A medida ocorre em meio a um clima de tensão crescente entre os governos dos dois países. Nos últimos meses, militares americanos têm reforçado sua presença no Caribe sob a justificativa de combater suposto envolvimento do presidente Nicolás Maduro no tráfico de drogas que chega ao território dos EUA. Maduro nega as acusações e afirma que Washington tenta promover sua queda.
Segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo, o governo venezuelano havia dado às companhias internacionais um prazo de 48 horas para restabelecer os voos, sob risco de perderem o direito de operar no país. Diversas empresas não cumpriram o prazo e suspenderam suas rotas.
Apesar das revogações, as companhias Copa e Wingo seguem operando normalmente na Venezuela. Outras empresas, como Air Europa e Plus Ultra, também suspenderam voos, mas mantiveram suas permissões. Já a Iberia informou que pretende retomar suas operações assim que houver condições de segurança consideradas adequadas.
