O Instituto de Metrologia do Estado do Piauí (Imepi) vai encaminhar para perícia no laboratório do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), na Bahia, um conjunto de placas eletrônicas e pulsers apreendidos em postos de combustíveis durante a Operação Carbono Oculto 86. Os dispositivos apresentam indícios de adulteração que podem alterar o volume real de combustível entregue ao consumidor.
Ao todo, 46 placas eletrônicas e 47 pulsers exibiram comportamento irregular nos testes preliminares realizados pelas equipes de fiscalização. Segundo o diretor-geral do Imepi, Júnior Macedo, a suspeita é de que esses equipamentos eram utilizados para manipular o abastecimento, reduzindo a quantidade de combustível fornecida, prática conhecida como medida baixa.
A grande maioria dos postos envolvidos na operação já havia sido flagrada anteriormente em práticas que prejudicavam os consumidores. Com o trabalho de inteligência das equipes e a experiência dos fiscais, foi possível identificar que, além da bomba baixa, alguns estabelecimentos estariam utilizando placas adulteradas para enganar a população, afirmou o diretor.
Após a catalogação e identificação individual de cada componente, o material segue para análise técnica no Instituto Baiano de Metrologia e Qualidade (Ibametro), laboratório credenciado pelo Inmetro. A perícia vai confirmar ou descartar a hipótese de adulteração.
A Operação Carbono Oculto 86 também revelou a existência de um esquema mais amplo envolvendo o setor de combustíveis. Em 49 postos localizados no Piauí, Maranhão e Tocantins, foi identificado um possível braço financeiro do Primeiro Comando da Capital atuando no segmento. As movimentações suspeitas ultrapassam cinco bilhões de reais em todo o país, sendo aproximadamente trezentos milhões apenas em empresas sediadas no Piauí.
O Imepi reforça que os consumidores podem contribuir com as fiscalizações. Suspeitas de irregularidades no abastecimento podem ser denunciadas pelo aplicativo Fala Consumidor, disponível nas lojas virtuais, ou pelo WhatsApp da ouvidoria: (86) 99456-1921.
