O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicou no domingo (16) que pode estar aberto a iniciar conversas com o líder venezuelano Nicolás Maduro. A declaração surge em um momento de crescente tensão entre Washington e Caracas devido ao reforço da presença militar norte-americana no Caribe.
“Podemos ter algumas conversas com Maduro, e veremos como isso se desenrola. Eles gostariam de conversar”, afirmou Trump, sem apresentar detalhes sobre eventuais encontros ou negociações.
As relações entre os dois países se agravaram desde setembro, quando os EUA lançaram uma operação naval voltada ao combate ao narcotráfico no Caribe e no Pacífico, próxima às costas da Venezuela e da Colômbia. A Casa Branca aponta que cartéis da região utilizam rotas marítimas para levar drogas ao território norte-americano.
A iniciativa militar levou o governo venezuelano a reforçar a vigilância nas fronteiras. Maduro mobilizou tropas e milicianos alegando temer que a operação dos EUA possa servir como pretexto para uma intervenção e para uma tentativa de mudança de governo.
No domingo, forças norte-americanas realizaram o 21º ataque contra embarcações consideradas suspeitas de envolvimento com o narcotráfico na região. Três tripulantes morreram. Segundo o governo dos EUA, informações de inteligência indicavam que o barco seguia por uma rota conhecida por ser usada no transporte ilícito de drogas.
Apelo por distensão
O ataque ocorreu um dia após Maduro voltar a defender uma saída pacífica para a crise entre os dois países. Em um comício realizado no sábado (15), o presidente venezuelano citou o “hino da paz” de John Lennon e chegou a cantar trechos de Imagine diante do público. “Paz, paz, paz. Façam tudo pela paz. É o momento de acreditar na convivência e na esperança”, declarou.
