O programa de cessação do tabagismo do Hospital do Parque Piauí completou 15 anos em 2025, consolidando-se como referência no atendimento a fumantes que buscam abandonar o vício. Com mais de 1.500 pessoas inscritas ao longo de sua história e 933 atendimentos realizados até agosto deste ano, o programa tem registrado uma demanda crescente, incluindo novos grupos formados recentemente para atender a lista de espera.
De acordo com a coordenadora do programa, Doutora Gardênia, a procura tem aumentado por dois fatores principais: a conscientização sobre os riscos do tabagismo e os efeitos da pandemia na saúde mental. “Percebemos que, após o período de isolamento, muitas pessoas começaram a fumar ou retomaram o hábito por ansiedade e estresse. Por outro lado, também há aqueles que procuram o programa de forma preventiva, buscando melhorar a qualidade de vida”, explica a especialista.
O programa é acessível e não exige burocracia: os interessados devem se dirigir ao serviço social do Hospital do Parque Piauí, onde suas informações são registradas, aguardando a formação de grupos de 10 a 15 participantes. Cada grupo recebe acompanhamento multidisciplinar durante um ano, incluindo consultas com nutricionista, fisioterapeuta, psicólogo, enfermeiros e médico especializado. O tratamento combina abordagens cognitivas comportamentais e terapias medicamentosas, como adesivos, gomas de mascar e medicamentos controlados, seguindo as diretrizes do Ministério da Saúde e do Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Histórias de superação
Entre os participantes, histórias de transformação se destacam. Anivaldo Rodrigues, motorista, integra o programa há 11 anos e compartilha sua trajetória: “No início, cheguei desacreditado, achando impossível. Mas com um mês de acompanhamento, minha vida mudou. Hoje me dedico ao programa para mostrar que qualquer um pode conseguir”. Ele lembra das dificuldades enfrentadas na fase de fumante, incluindo problemas financeiros e de saúde, e ressalta a importância do apoio profissional e do grupo.
Já Pedro Ramalho, que começou a fumar aos 26 anos durante um período de estresse em 2022, também encontrou no programa o apoio necessário para buscar a cessação. “Passei três meses sem fumar, mas tive uma recaída devido a problemas pessoais. Agora, estou recomeçando, porque não podemos perder a esperança. O grupo e o acompanhamento profissional fazem toda a diferença”, afirma.
Segundo a Dra. Gardênia, os participantes relatam que a consciência sobre os riscos à saúde, somada às restrições em locais públicos e ao desejo de se sentir aceitos socialmente, tem motivado cada vez mais pessoas a buscar o programa. Entre os casos mais marcantes, há pacientes que, por gratidão à vida, procuram ajuda mesmo em idade avançada, como uma senhora de 85 anos que iniciou o acompanhamento recentemente.
O programa do Hospital do Parque Piauí reforça a importância da prevenção, do apoio multidisciplinar e do acompanhamento contínuo para promover a saúde e a qualidade de vida, consolidando-se como um modelo de sucesso no combate ao tabagismo.
