
Um levantamento do UNICEF, baseado no Censo Escolar da Educação Básica 2024, revela que 4,2 milhões de crianças e adolescentes têm atraso escolar no Brasil. Esse total corresponde a 12,5% dos estudantes da educação básica.
O fenômeno é conhecido como distorção idade-série. Ele ocorre quando o aluno acumula dois anos ou mais de defasagem em relação à série adequada para sua idade. Na prática, isso costuma acontecer por reprovações sucessivas ou pelo abandono temporário da escola.
Segundo o levantamento, o atraso escolar atinge, sobretudo, os anos finais do ensino fundamental (42,7%). Além disso, afeta principalmente meninos (59,6%) e estudantes que se declaram pretos ou pardos (56,3%).
Essa situação preocupa especialistas, pois amplia o risco de evasão e compromete o futuro educacional dos jovens.
Apesar da gravidade, o índice caiu levemente em relação a 2023, quando 13,4% dos alunos estavam em atraso. Ainda assim, para o UNICEF, os números permanecem alarmantes.
“Ao longo dos anos, a taxa de distorção idade-série vem caindo, mas não cai na velocidade desejada. É inaceitável que ainda tenhamos cerca de 4 milhões de estudantes nessa condição”, avalia Erondina Barbosa da Silva, oficial de educação do UNICEF no Brasil.