
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebe nesta segunda-feira (29) o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, no Salão Oval da Casa Branca. O encontro tem como foco a busca por um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza e a libertação dos reféns israelenses ainda mantidos pelo Hamas.
As negociações estão paralisadas desde o início de setembro, quando Israel realizou um ataque aéreo em Doha, no Catar, que matou cinco integrantes do grupo, incluindo o filho de Khalil Al-Hayya, líder exilado e principal negociador do Hamas.
Na semana passada, Trump afirmou estar “próximo de um acordo” para encerrar o conflito e avançar no resgate dos reféns. Netanyahu também declarou que trabalha em novos termos para viabilizar a trégua. Apesar disso, ambos reconhecem que o entendimento ainda não foi concluído.
O encontro ocorre em meio a uma crescente pressão internacional para que Israel aceite o cessar-fogo. A continuidade da ofensiva em Gaza tem gerado desgaste diplomático e isolado Tel Aviv de antigos aliados. O reflexo desse cenário foi evidente na Assembleia Geral da ONU, na última sexta-feira (26), quando Netanyahu foi alvo de protestos: recebeu vaias ao entrar no plenário, e diversas delegações, incluindo a brasileira, deixaram o local antes do discurso.
Em sua fala, o premiê relembrou os ataques de 7 de outubro de 2023, que deixaram centenas de mortos em Israel, e defendeu o direito do país de reagir ao Hamas. No entanto, governos estrangeiros e organismos internacionais apontam que a resposta militar é desproporcional. De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, mais de 66 mil palestinos já morreram desde o início do conflito, número que levou a Comissão Independente da ONU a classificar as ações israelenses como genocídio.