
Durante a abertura da 80ª Assembleia Geral da ONU, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a ausência do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, na reunião e condenou o genocídio em curso na Faixa de Gaza.
“Os atentados do Hamas são inaceitáveis, mas nada justifica o genocídio em Gaza”, afirmou Lula, destacando a gravidade da situação humanitária na região. Ele também elogiou judeus que se posicionam contra o conflito e denunciam a punição coletiva do povo palestino.
Mahmoud Abbas não pôde comparecer presencialmente à ONU após a revogação de vistos por parte dos Estados Unidos, que impediram a entrada de membros da Autoridade Palestina. A entidade governamental palestina administra parcialmente a Cisjordânia desde que o Hamas assumiu o controle da Faixa de Gaza em 2006. Recentemente, a ONU permitiu que Abbas participasse da Assembleia por videoconferência.
Lula criticou a decisão dos EUA, afirmando que a exclusão do representante oficial palestino demonstra fragilidade democrática dentro da própria ONU. Segundo o presidente, a sobrevivência do povo palestino depende da criação de um Estado independente e integrado à comunidade internacional, uma solução de dois Estados defendida historicamente pelo Brasil e por mais de 150 membros da ONU, mas frequentemente obstruída por vetos.
A guerra atual entre Israel e Hamas começou em 7 de outubro de 2023 e já deixou Gaza em situação crítica, com deslocamento forçado de civis e fome sendo usadas como armas de guerra. Mais de 140 países reconhecem o Estado Palestino, incluindo o Brasil, enquanto os Estados Unidos seguem como um dos poucos países que não reconhecem oficialmente a entidade.
Lula reforçou que o futuro do território palestino e o fim do conflito devem ser prioridades nos debates da Assembleia Geral deste ano, destacando que o respeito à soberania e à vida de civis deve estar no centro das decisões internacionais.