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Hugo Motta tramou em segredo para salvar mandato de Eduardo Bolsonaro

O PL anunciou nesta tarde que Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está desde o fim de fevereiro nos EUA incentivando o governo de Donald Trump a atacar o próprio país

Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara dos Deputados, é o que se pode chamar classicamente de um sujeito dissimulado. Desde que ascendeu ao posto, financiado politicamente por seu antecessor, Arthur Lira (PP-AL), o jovem paraibano tem tentado posar o tempo todo como alguém que “não tem lado”, supostamente dialogando com o governo e com os setores golpistas ultrarreacionários que habitam o Congresso. Só que a carinha de anjo e a máscara de interlocutor foram por água abaixo nesta terça-feira (16).

O PL anunciou nesta tarde que Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está desde o fim de fevereiro nos EUA incentivando o governo de Donald Trump a atacar o próprio país, na tentativa desesperada de salvar seu pai da cadeira, será o novo líder da minoria na Câmara, um cargo até então ocupado pela deputada Carol De Toni (PL-SC). Mas o que isso significa na prática?
Significa que ele não terá o mandato cassado ao fim do ano legislativo por ter faltado a mais de um terço das sessões no parlamento, como prevê a lei, já que está foragido do país, porque há um dispositivo interno de 2015, da época da presidência do funesto Eduardo Cunha, que prevê que as lideranças da Câmara não têm suas faltas contadas.
Que o bolsonarismo não tem escrúpulos na lida com a coisa e o interesse públicos, não é novidade para ninguém, até porque quem defende um golpe de Estado está em absoluto e total descompasso com qualquer pilar democrático de uma nação. O problema é que, ao ser anunciada a tal manobra nesta terça (16), veio à tona que ela foi concebida e trabalhada em sigilo completo, mas com o conhecimento de Motta, que confirmou tal brecha e se comprometeu a manter o absurdo assim que o filho do ex-presidente golpista passasse a ocupar a função da parlamentar catarinense.
Só o líder do PL na Casa, o pastor-deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), uma das figuras mais esdrúxulas e desnecessárias da política nacional, além de Eduardo Bolsonaro e Carol De Toni, sabiam da manobra. No entanto, desde o início, para concretizar a manobra absurda, o parlamentar pau-mandado de Silas Malafaia comunicou Motta e pediu sua ajuda: era preciso confirmar que a armadilha imoral seria eficiente, e se comprometer em mantê-la funcional. Motta disse sim e entrou de corpo e alma no jogo de canalhices do bolsonarismo.

Agora, com a mais absoluta cara lavada, o presidente da Câmara anuncia que não será só essa a vergonha da semana. Ele pautará também, mesmo sendo abertamente rechaçados pela imensa maioria da sociedade civil, a proposta de anistia a Jair Bolsonaro e seus golpistas e a PEC da Bandidagem, uma alteração constitucional que permitirá que todos os deputados e senadores, além de presidente de partidos, cometam crimes à vontade sem serem incomodados, já que o STF terá que pedir permissão à Câmara e ao Senado para investigá-los e processá-los.

Ou seja, é a institucionalização da política salafrária de um Congresso que de longe é o pior da História, e que agora põe em marcha todos esses absurdos porque o presidente da Câmara, Hugo Motta, trama às escondidas com os protagonistas do esgoto do bolsonarismo.

Revista Fórum

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