
A manhã desta segunda-feira (15) marcou uma nova reviravolta na investigação sobre fraudes no INSS. Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, comunicou à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que não compareceria à sessão marcada para prestar depoimento. Como consequência, a reunião foi cancelada.
A decisão do empresário foi respaldada por uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que tornou facultativa a presença de Antunes na comissão. Ele foi preso na última sexta-feira (12) durante uma fase da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, que investiga um esquema bilionário de fraudes envolvendo descontos irregulares em benefícios de aposentados e pensionistas.
Segundo as autoridades, o esquema teria causado um prejuízo estimado em mais de R$ 6,3 bilhões, afetando cerca de 4,1 milhões de beneficiários em todo o país. Antunes é apontado como um dos principais articuladores do golpe, que envolvia uma complexa rede de operadores e intermediários.
O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), lamentou a ausência do investigado, mas garantiu que a comissão seguirá investigando e cobrando respostas: “A investigação continua. Nossa missão é garantir que os responsáveis sejam identificados e responsabilizados, independentemente da presença de qualquer um nesta etapa.”
Com o cancelamento da reunião, a CPMI agora avalia novas estratégias para ouvir outros envolvidos no esquema e aprofundar a apuração das responsabilidades, incluindo medidas legais para reforçar a transparência no INSS.
O caso volta a chamar atenção do país para a necessidade de maior controle sobre os benefícios previdenciários e para os desafios no combate a fraudes que afetam milhões de brasileiros.