
O deputado federal Ricardo Salles (Novo-SP) foi oficialmente transformado em réu no Supremo Tribunal Federal (STF) em uma ação penal que investiga seu suposto envolvimento em um esquema de contrabando de madeira. A decisão foi tomada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, após análise da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
O processo remonta ao período em que Salles ocupava o cargo de ministro do Meio Ambiente, cargo que deveria zelar pela preservação das florestas brasileiras. Em vez disso, segundo a denúncia, ele teria permitido que servidores do ministério, indicados por ele, facilitassem interesses de madeireiras na região de Altamira, no Pará, autorizando exportações irregulares de madeira para os Estados Unidos e países europeus.
Críticos avaliam que o caso evidencia uma atuação negligente e possivelmente conivente de Salles com atividades ilegais, colocando em risco a credibilidade do país na preservação ambiental. Especialistas afirmam que a postura do ex-ministro pode ter contribuído para o aumento do desmatamento e para a degradação ambiental, em um momento em que o combate a crimes florestais é crucial para a sustentabilidade do Brasil.
Em nota, Salles minimizou a decisão do STF, alegando que “não há nada de novo” e que o processo “já estava em andamento na primeira instância judicial”. A declaração foi recebida com ceticismo, sendo interpretada como uma tentativa de desqualificar a gravidade das acusações e de evitar responsabilidade política e legal.
O caso segue em tramitação no STF, com expectativa de coleta de depoimentos, análise de documentos e julgamento em plenário. Mais do que uma questão judicial, o processo coloca em discussão a responsabilidade de autoridades públicas na proteção do patrimônio ambiental brasileiro, evidenciando a necessidade de maior fiscalização e rigor no combate a crimes florestais.