
O caso de Bruno Henrique, enfim, foi definido após julgamento de mais de oito horas. O atacante do Flamengo foi suspenso por 12 jogos. Ele foi denunciado por forçar um cartão amarelo para beneficiar apostadores em 2023, em um jogo contra o Santos, no Mané Garrincha, pelo Brasileirão. A decisão, aliás, cabe recurso.
O Flamengo indicou que deve entrar com recurso. Nesse caso, Bruno Henrique será julgado no pleno do STJD. Enquanto o recurso não é julgado, o clube vai pedir o efeito suspensivo.
O que aconteceu no julgamento
Antes de iniciar o julgamento, em carta ao STJD, o Flamengo afirmou que não foi prejudicado pelo cartão do atacante na partida. O clube, aliás, engrossou o coro de que o caso estava prescrito. Quase convenceu a maioria. No entanto, por 3 a 2, o caso continuou em julgamento.
A defesa do Flamengo trabalhou em dobradinha com o advogado contratado por Bruno Henrique, Alexandre Vitorino. Os dois, portanto, pediram absolvição de Bruno Henrique.
Alegações do advogado do Flamengo
A defesa se abraçou no artigo 243. Nele, diz que o ato precisa ser deliberado, ou seja, feito de propósito. No caso do jogador que recebeu o cartão amarelo, a acusação de prejuízo se baseou na ideia de que o Flamengo poderia ser prejudicado em um critério de desempate por cartões amarelos no final do campeonato.
No entanto, de acordo com a defesa de Bruno Henrique, essa suposição não se concretiza, porque o time que estava acima do Flamengo era o Atlético-MG. O critério de desempate que de fato separou os dois times foi o saldo de gols, e não o número de cartões. Além disso, abordou que desempate por cartões amarelos nunca foi necessário em toda a história do Campeonato Brasileiro de pontos corridos.
No início do julgamento, os advogados do Flamengo e do jogador tentaram fazer com que o processo não fosse adiante. Eles entenderam que o prazo para levar Bruno Henrique a julgamento prescreveu. A partir daí, começou uma queda de braço jurídica na tribuna.
De acordo com a regra do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), a procuradoria tem até 60 dias para oferecer uma denúncia sobre um fato específico. No entanto, o debate foi sobre qual seria o ponto de partida. Os advogados do jogador e Flamengo seria o dia do jogo (1/11/2023) ou a abertuera do inquérito que aconteceu em 5 de maio.
A votação foi apertada. 3 a 2. Inclusive, o presidente da comissão disciplinar, Marcelo Rocha, foi um dos votos vencidos, ao lado de Guilherme Martorelli. Rocha foi incisivo para defender seu ponto de vista, mas não conseguiu mudar a ideia dos três que votaram contra a prescrição (e, portanto, para continuar o julgamento).
Bruno Henrique é alvo na Justiça
Bruno Henrique também virou réu na Justiça Comum, com base nas investigações realizadas pela Polícia Federal. Ele será julgado no Distrito Federal pelo artigo 200 da Lei Geral do Esporte, com pena prevista de dois a seis anos de prisão, caso seja considerado culpado.
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