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O escândalo de R$ 1 bilhão que Tarcísio tenta esconder

A Polícia Civil e o Ministério Público Estadual desvendaram um esquema de corrupção que movimentou R$ 1 bilhão em propinas, bem debaixo do nariz de Tarcísio de Freitas. Trata-se de um dos maiores escândalos de corrupção da história de São Paulo. Uma sujeira que o governador —e agora aspirante à Presidência da República pela direita— tem se esforçado para jogar para debaixo do tapete.

Quando o esquema veio à tona, esperava-se que Tarcísio fosse o primeiro a vir a público dar explicações. Não o fez. Ao contrário, desde então tem “jogado parado”, como se diz, talvez esperando a história esfriar. Chama atenção o seu esforço para se esquivar da imprensa. Um silêncio que só aumenta a suspeita: o que exatamente ele quer esconder?

O mesmo vale para o seu secretário da Fazenda, Samuel Kinoshita, de quem se esperava ser o principal interessado em esclarecer o caso. Na Assembleia Legislativa, foi feita uma tentativa de convocá-lo para que tivesse a oportunidade de apresentar a sua versão para a fraude, mas uma manobra da base de Tarcísio levou o esforço por terra.

Há, claramente, um pacto silencioso para blindar Tarcísio desse lamaçal que vem se formando ao seu redor. Setores da mídia, do empresariado e do centrão tentam proteger a imagem do governador e seu círculo mais próximo. Prova disso é o fato de que a chamada grande imprensa noticiou a prisão do auditor que operava a fraude, mas evitou vincular o escândalo a Tarcísio e sua equipe.

Diante de tantas pressões, é possível que apenas uma CPI seja capaz de trazer toda a verdade à tona. Esse é um movimento que vem crescendo na Assembleia Legislativa – ao qual eu já aderi -, mas que só será viável com a assinatura de deputados que hoje estão na base de Tarcísio.

As pistas que ligam o escândalo das propinas ao governador estão por todo lado. Já no seu primeiro ano de gestão, o decreto o 67.853/23, assinado por Tarcísio e seus secretários, entre eles Kinoshita e Gilberto Kassab, criou uma “via rápida” para empresas classificadas como “íntegras” pelo fisco.

Na prática, o decreto consolidou um atalho para liberação de créditos vultosos sem a devida verificação. E foi justamente esse mecanismo que permitiu que o esquema criminoso prosperasse.

Em uma das poucas vezes em que falou sobre o caso, Tarcísio foi econômico nas palavras. Declarou que os responsáveis sentiriam a “mão pesada do Estado”. Mas com ele próprio, sua mão foi leve: limitou-se a revogar discretamente o decreto que assinara anos antes.

A pergunta que fica é: por que Tarcísio criou um decreto que facilitou a prática de corrupção pouco tempo após as eleições e revogou esse mesmo decreto assim que o esquema foi descoberto?

Outra pista já revelada que leva o caso ao Palácio dos Bandeirantes é uma carta escrita à mão pelo auditor que coordenava o esquema na qual ele diz: “Preciso ter certeza de que o empresário vai manter a palavra dele. Que ele vai pagar o acordo para o Governo”. Quem no governo receberia pelo acordo?

Estamos diante de um caso sem precedentes, que precisa ser investigado a fundo. Cada crédito suspeito liberado significa menos arrecadação para o Tesouro estadual, bilhões a menos para saúde, educação, transporte e segurança. No fim, quem perde é a população, obrigada a conviver com serviços públicos cada vez mais precarizados, enquanto empresas com histórico de sonegação são premiadas.

Tarcísio precisa dar respostas claras. Cada dia sem explicações aumenta a convicção de que não estamos diante de um caso isolado, mas de um sistema planejado para enriquecer poucos, favorecendo grandes grupos privados, e financiar projetos políticos pessoais às custas de milhões de paulistas.

Brasil 247

ato é que Tarcísio firmou um pacto com um grupo de grandes empresários. Com ele no comando do Governo de São Paulo, as privatizações avançam em ritmo nunca antes visto e as isenções fiscais para empresas chegam a R$ 71 bilhões neste ano

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