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Deputados pedem desocupação do Congresso para votar projetos

Deputados da base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticaram a ação dos parlamentares bolsonaristas de ocupar as Mesas Diretoras da Câmara e do Senado. Nesta quarta-feira (6/8), o deputado federal Guilherme Boulos (PSol-SP) disse que os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro estão tentando “ganhar a pauta na base do golpe e da palhaçada”.

“Hoje começa a valer o tarifaço do Trump contra o Brasil. Mas a imagem que entrará para os livros de História será do Congresso sequestrado por meia dúzia de golpistas de esparadrapo na boca. Os milhares de trabalhadores cujos empregos estão em risco não esquecerão que essas mesmas pessoas apoiaram a taxação mandada por Bolsonaro”, afirmou Boulos.

O deputado federal Glauber Braga (PSol-RJ) citou que as mesas do congresso têm que ser liberadas para votar a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até 5 mil por mês. “Agora, os deputados do PL terem se autoimposto a colocação de esparadrapos na boca, eu acho uma boa medida. É uma ação voluntária para contribuir com a paz. Tem que continuar. Todo cuidado é pouco, é possível que os deputados em questão não compreendam se tratar de ironia e imaginem que é mesmo algum tipo de apoio. Se bem que se servir como incentivo para manterem os seus esparadrapos está valendo”, escreveu.

O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara, ressaltou que a oposição tem o direito de fazer obstrução, mas não de ocupar as Mesas Diretoras. “É fazer a mesma coisa que os vândalos do 8 de janeiro fizeram. É agredir uma instituição democrática do Brasil. Impedir seu funcionamento, por meio da violência, é uma espécie de AI-5 parlamentar. A democracia brasileira está sob ataque. Queremos votar por pautas importantes para a população, isenção de Imposto de Renda é uma delas. E eles estão colocando a faca no pescoço da população”, frisou.

Deputados pedem desocupação do Congresso para votar projetos // (crédito: EVARISTO SA/AFP)

A deputada federal Erika Hilton (PSol-SP) disse que os parlamentares estão tentando fazer o Congresso de “refém”. “Mas nós não aceitaremos essa chantagem e não aceitaremos essa tentativa golpista ridícula. Eles já tentaram um golpe de estado, já tentaram ocupar as ruas e já tentaram ameaçar o emprego e as famílias do Brasil, por meio do tarifaço de Eduardo Bolsonaro e Trump. E, todas às vezes, eles falharam”, citou Erika.

Já a deputada Fernanda Melchionna (PSol-RS) afirmou que a “extrema-direita transformou a volta do recesso em piada”. A parlamentar descreveu a situação como grave. “Que eles não gostam de trabalhar, o Brasil já sabe. Mas a obstrução que estão promovendo é inaceitável. Quem dera fosse só uma ‘greve de silêncio’, isso até seria um presente. O problema é que estão barrando o funcionamento da Casa em protesto contra a prisão domiciliar de Bolsonaro. É o cúmulo do desrespeito com o país”, argumentou.

O senador Humberto Costa (PT-PE) também criticou a ocupação; “O Congresso precisando discutir a isenção do Imposto de Renda, o fim da escala 6×1, medidas contra o tarifaço de Trump e vários projetos de interesse do povo brasileiro e a oposição está fazendo o que? Bravata para liberar o bandido de estimação da prisão domiciliar em sua mansão”, disse.

A ação de ocupar o Congresso foi anunciada em entrevista coletiva na terça-feira (5/8), quando deputados e senadores informaram que iriam obstruir as votações na Câmara e no Senado até que a direção das duas Casas decidisse colocar em votação matérias classificadas por eles como “pacote da paz”. Entre os pedidos estão anistia ampla e irrestrita aos acusados pelos ataques antidemocráticos do 8 de janeiro em 2023, o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, e uma proposta de emenda à Constituição que extingue o foro privilegiado.

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