
Em um cenário global marcado por tensões políticas, retrocessos institucionais e crescimento de discursos extremistas, líderes de cinco países progressistas divulgaram um manifesto conjunto em defesa da democracia. O documento é assinado por Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Gabriel Boric (Chile), Gustavo Petro (Colômbia), o presidente eleito do Uruguai, Yamandú Orsi, e o chefe de governo da Espanha, Pedro Sánchez.
Intitulado “Democracia Sempre”, o manifesto surge como uma resposta direta ao avanço do autoritarismo, à desinformação em plataformas digitais e ao desinteresse crescente de parte da população pela política institucional. O texto também anuncia a realização de uma cúpula internacional sobre o tema, marcada para o dia 21 de julho, em Santiago, no Chile.
O documento afirma que, em diferentes partes do mundo, a democracia enfrenta um momento de grandes desafios. A erosão das instituições, a disseminação do ódio online, o avanço de redes criminosas e o aumento das desigualdades sociais são sinais de um mal-estar profundo nas sociedades democráticas contemporâneas.
Diante desse cenário, os líderes afirmam que não é hora de inércia, mas de esperança e ação coordenada. A resposta à crise democrática não pode ser apenas retórica, tampouco limitada aos governos. É preciso envolver a sociedade civil, os movimentos sociais, centros de pesquisa, juventudes e demais setores comprometidos com o fortalecimento institucional.
Segundo o manifesto, “resolver os problemas da democracia com mais democracia, sempre” é o caminho. A ideia central é que as soluções devem vir do aprofundamento das práticas democráticas, e não do seu esvaziamento.
A mensagem condena abertamente as tendências autoritárias que ameaçam os direitos fundamentais e o pacto democrático. Ao mesmo tempo, convoca lideranças políticas a formular propostas concretas de transformação social, capazes de responder às demandas urgentes da população, como justiça social, combate à desigualdade, transição climática e regulação das novas tecnologias, incluindo a inteligência artificial.
Para os signatários, a democracia não pode ser reduzida a um discurso vazio nem a um sistema em espera. É preciso torná-la real, tangível e eficaz, especialmente para os que mais sofrem com suas promessas não cumpridas.
O texto conclui com a afirmação de que defender a democracia nestes tempos difíceis não é apenas resistir e proteger, mas propor e seguir avançando. Com essa mensagem, os líderes reafirmam seu compromisso com o multilateralismo, os direitos humanos e a construção de alternativas progressistas para enfrentar os desafios do século XXI, com democracia, sempre.