
Em transmissão ao vivo realizada no domingo (20/7), o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) proferiu declarações de tom ameaçador contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que seu objetivo é remover o magistrado da Corte, acusando-o de abusar de sua autoridade.
Durante a live, Eduardo comentava sobre a carta que divulgou após as novas medidas cautelares impostas ao seu pai, em decorrência de uma operação da Polícia Federal autorizada pelo STF. Ao se referir diretamente ao ministro, o parlamentar disse:
“O tempo todo a gente tem que expor o nível de várzea que é o Moraes com a caneta do STF. O ideal seria ele fora do STF. Trabalharei para isso também, tá, Moraes? Então, quando a gente fala que o visto foi só o começo, é porque o nosso objetivo será te tirar da Corte. Você não é digno de estar no topo do Poder Judiciário. E eu tô disposto a me sacrificar para levar essa ação adiante.”
Além de atacar Moraes, Eduardo também lançou ofensas contra a Polícia Federal, referindo-se aos agentes como “cachorrinhos” e mencionando diretamente o delegado Fábio Shor, responsável pela investigação da suposta trama golpista envolvendo Bolsonaro e aliados.
“Será que o delegado Fabio Shor não me conhece? O couro é duro, a guerra não acabou, vai vir mais sacrifício aí pela frente. Eu sei disso, mas eu tô disposto a ir até as últimas consequências. Será que o Barroso tá?”, declarou, citando o atual presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso.
As declarações de Eduardo Bolsonaro intensificam o já elevado clima de confronto entre o bolsonarismo e as instituições democráticas, em especial o Supremo Tribunal Federal e a Polícia Federal. O episódio ocorre poucos dias após a decisão que impôs tornozeleira eletrônica a Jair Bolsonaro, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes em meio às investigações sobre tentativa de golpe de Estado.
As falas do deputado reforçam a escalada retórica de deslegitimação do Judiciário por parte da família Bolsonaro, aprofundando a crise institucional e expondo o alinhamento com discursos autoritários. Ainda não houve manifestação oficial do STF ou da Polícia Federal sobre as ameaças.