A Secretaria de Segurança Pública do Piauí deflagrou, na manhã desta terça-feira (16), a Operação Sintonia Feminina, com o objetivo de desarticular uma célula criminosa composta majoritariamente por mulheres com atuação direta em uma facção criminosa. A ação foi coordenada pela Polícia Civil, por meio do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO), com apoio da Polícia Militar e demais órgãos integrados de segurança.
Ao todo, foram cumpridos 74 mandados judiciais, sendo 29 de prisão temporária e 45 de busca e apreensão em nove municípios do estado: Teresina, Parnaíba, Luís Correia, Oeiras, Picos, Canto do Buriti, Monsenhor Gil, Altos e Campo Maior. Dos 29 alvos de prisão, 28 são mulheres, que, segundo as investigações, ocupavam posições estratégicas dentro da facção, exercendo funções de comando, logística, disciplina e comunicação.
As investigações começaram após a prisão em flagrante de L. V. de S., conhecida como “Malévola”, em 6 de fevereiro deste ano, na zona Sudeste de Teresina. Na ocasião, ela foi flagrada com drogas, um veículo roubado e materiais relacionados à atividade criminosa. A análise desse material levou os investigadores a identificar uma estrutura criminosa feminina, com divisão clara de tarefas e atuação articulada.
De acordo com o delegado Charles Pessoa, coordenador do DRACO, o caso chama atenção pelo perfil dos envolvidos. “A operação evidencia o crescente envolvimento de mulheres no crime organizado, muitas delas com papel ativo em decisões e estratégias da facção. Esse fenômeno exige respostas especializadas por parte das forças de segurança”, destacou.
As investigações também apontaram vínculos entre a liderança feminina do grupo e Marcelo Aparecido Brandão, o “Visionário”, criminoso de alta periculosidade preso na Operação Draco-117, em São Raimundo Nonato. A conexão reforça a complexidade da rede criminosa em atuação no estado.
Entre os crimes investigados estão: organização criminosa, tráfico de drogas, roubo e receptação de veículos, porte ilegal de arma de fogo e tentativa de homicídio.
A ofensiva integra o Pacto pela Ordem, programa estadual de combate ao crime organizado, e contou com apoio de diversas unidades da segurança pública, como a Diretoria de Polícia Especializada, Diretoria de Polícia Metropolitana, Diretoria de Polícia do Interior, setores de inteligência da SSP e da Polícia Civil, Força Estadual Integrada de Segurança Pública (FEISP), Polícia Militar (BOPE, BEPI, BOPAER), CANIL, Guarda Civil Municipal e outras delegacias especializadas.
