
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, retorna ao Congresso Nacional nesta terça-feira, 8 de julho, para participar de uma audiência pública na Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado. A sessão, marcada para as 9h, tem como objetivo a apresentação das metas e prioridades da pasta para o ano de 2025.
A ida ao Senado ocorre após a ministra ter sido alvo de ataques pessoais em duas ocasiões recentes. A primeira aconteceu em maio, durante uma audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado. A segunda ocorreu na semana passada, na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados.
O convite para a audiência foi feito em março pelo presidente da CMA, senador Fabiano Contarato (PT-ES), como parte do calendário de início do ano legislativo, que prevê a prestação de contas dos ministros nas comissões temáticas.
Clima de hostilidade no Senado
Em maio, Marina Silva enfrentou críticas duras de senadores da oposição, principalmente durante discussões sobre o licenciamento ambiental da BR-319, rodovia que liga os estados do Amazonas e Rondônia. O senador Omar Aziz (PSD-AM) deu início ao embate, seguido por Marcos Rogério (PL-RO), que acusou Marina de falta de educação e disse que ela “deveria se colocar no seu lugar”. A ministra reagiu afirmando que não é uma mulher submissa.
O momento mais tenso da sessão ocorreu quando o senador Plínio Valério (PSDB-AM) afirmou que não a respeitava como ministra. Diante das ofensas, Marina Silva deixou a audiência. Plínio já havia feito declarações semelhantes em outra ocasião, quando disse que tinha vontade de “enforcá-la”.
As falas dos parlamentares repercutiram fortemente dentro e fora do Congresso, gerando manifestações de apoio à ministra e críticas ao comportamento dos senadores.
Novo episódio na Câmara
Na semana passada, durante audiência na Comissão de Agricultura da Câmara, Marina Silva voltou a ser alvo de ataques. O deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES) afirmou que a ministra “nunca trabalhou” e a chamou de “adestrada”.
As declarações provocaram reação imediata. A Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados informou que encaminharia uma representação formal à Corregedoria Parlamentar contra os parlamentares envolvidos. Em nota oficial, classificou os ataques como inaceitáveis e incompatíveis com o decoro exigido pelo cargo.
Repetição de ataques
Marina Silva já havia sido alvo de provocações semelhantes em outubro de 2024, também na Câmara. Durante uma audiência marcada por discursos agressivos de parlamentares da oposição, a ministra foi questionada sobre queimadas e autonomia do ministério. Na ocasião, a deputada Júlia Zanatta (PL-SC) insinuou que Marina seria “capacho de ONGs”, o que também gerou reações de aliados do governo.