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Charles da Silveira explica saída da FMS e critica falta de autonomia: “Não posso conduzir o que não acredito”

Charles da Silveira pede exoneração da presidência da Fundação Municipal de Saúde — Foto: Divulgação/FMS

O ex-presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Charles da Silveira, explicou nesta quarta-feira (2) os motivos que o levaram a pedir exoneração do cargo pela segunda vez. Em entrevista, ele citou divergências administrativas com a gestão municipal, falta de autonomia, entraves operacionais e falhas em processos internos como principais razões para sua decisão.

“Eu não posso e nem devo me submeter àquilo que eu não acredito, aquilo que eu acho que não é o correto. Seria irresponsável continuar sabendo que estaria prejudicando o funcionamento da instituição”, declarou.

Um dos episódios mais recentes e críticos foi o pagamento de salários abaixo do mínimo legal a servidores da FMS. Charles explicou que uma falha no sistema GURU, aliado à antecipação da folha, impediu a correta aplicação do piso salarial de R$ 1.518, já sancionado por lei. Segundo ele, a correção será feita por meio de folha suplementar ainda nesta semana.

Apesar de negar ingerência política direta, Charles apontou conflito de comando dentro da FMS. De acordo com ele, decisões administrativas estavam sendo tomadas fora da hierarquia, com orientações repassadas a unidades sem seu conhecimento.

“Não há gestão eficiente sem hierarquização. Se há um presidente, ele precisa ter a voz de comando.”

Outro ponto de tensão envolveu a nomeação de concursados. Charles defendeu que os mais de 160 aprovados deveriam ser chamados para substituir profissionais aposentados ou afastados, mas o prefeito Silvio Mendes é contrário às nomeações neste momento.

“O prefeito entende que não é pra chamar ninguém agora. Eu entendo que é um direito deles e uma obrigação nossa garantir a substituição dos que saem.”

Charles também criticou a burocracia excessiva que estaria travando a execução de recursos, mesmo com cerca de R$ 100 milhões disponíveis. A lentidão tem comprometido a compra de insumos e o funcionamento da rede de saúde, segundo ele.

“Antes, havia anarquia. Agora, temos um excesso de entraves burocráticos.”

Ao final, o ex-presidente afirmou que a saída não tem motivação política ou pessoal, mas se deu por incompatibilidade com a forma de gestão da atual administração.

“O prefeito foi eleito pela população, e o entendimento dele é que vai prevalecer. Mas eu não posso ser gestor de uma instituição com quase 10 mil servidores, permitindo que decisões sejam tomadas sem alinhamento com a presidência.”

A Prefeitura de Teresina ainda não anunciou quem assumirá a presidência da FMS após a exoneração de Charles da Silveira.

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