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Seminário em Teresina reforça combate à violência sexual e trabalho infantil

Luciana Temer, presidente do Instituto Liberta.

Seminário em Teresina destaca urgência de ações integradas no combate à violência sexual e ao trabalho infantil

Luciana Temer afirma que o Brasil precisa se comprometer com “violência sexual zero” contra crianças e adolescentes.

Com foco na defesa da infância e adolescência, Teresina sediou nesta quinta-feira (26) o Seminário de Fortalecimento da Rede de Proteção de Crianças e Adolescentes contra a Violência Sexual e o Trabalho Infantil. O evento, realizado no auditório Dom Avelar Brandão Vilela, reuniu especialistas, gestores e representantes de instituições do sistema de garantia de direitos. A palestra magna ficou a cargo da advogada e professora Luciana Temer, presidente do Instituto Liberta.

Em sua fala, Luciana defendeu a urgência de uma política pública nacional que tenha como meta o que ela chamou de “violência sexual zero”. “Nenhuma criança deveria ter que viver uma única situação de violência. O Brasil não pode naturalizar o inaceitável. Precisamos transformar o sistema de proteção em prioridade real do Estado”, afirmou.

A presidente do Instituto Liberta também reforçou que o tema deve ser encarado como uma questão central da democracia:

“A violência sexual contra crianças e adolescentes tem que ser enfrentada como uma questão de direitos humanos, de democracia. Porque a gente está falando da vida de meninas e meninos que são vítimas de uma das piores formas de violência, muitas vezes dentro de casa. Nós precisamos romper com o silêncio, com o medo e com a omissão. E precisamos entender que proteger nossas crianças é proteger o futuro do Brasil.”

Ela ainda chamou atenção para a necessidade de escuta qualificada, investimento em equipes interdisciplinares e responsabilização efetiva dos agressores. “A impunidade é um dos combustíveis da violência. E a negligência institucional também. O enfrentamento passa por formação, articulação e compromisso político”, completou.

“Não dá para enfrentar violação de direitos com ações isoladas”

Carla Simone, secretária executiva da Ação Social Arquidiocesana (ASA).

Carla Simone, secretária executiva da Ação Social Arquidiocesana (ASA), destacou a importância de que os órgãos da rede atuem de forma articulada, com diálogo constante entre assistência, saúde, educação, segurança e justiça.

“Estamos falando de vidas. E vidas que são atravessadas pela vulnerabilidade, pela pobreza, por uma série de violências acumuladas. Não dá para enfrentar isso com ações isoladas, ou achando que só um setor vai resolver. É preciso que os territórios estejam organizados e que a rede funcione de verdade”, declarou.

Ela lembrou ainda que muitas vezes os profissionais que estão na ponta, como conselheiros tutelares e técnicos de CRAS, trabalham sem apoio adequado. “Quem está lidando diretamente com essas famílias precisa de respaldo, capacitação e valorização.”

Conselho pede mais investimentos e continuidade das políticas

Djan Moreira, presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.

O presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Teresina (CMDCAT), Djan Moreira, reforçou que é necessário garantir orçamento contínuo para que as políticas voltadas à infância não sejam apenas ações pontuais ou dependentes de projetos temporários.

“Os avanços que tivemos nos últimos anos correm o risco de retrocesso se não houver comprometimento com a continuidade. A criança e o adolescente precisam estar no centro do planejamento público, com prioridade absoluta, como determina o ECA”, disse.

O evento também contou com mesas temáticas, debates e rodas de diálogo com profissionais da rede de proteção e representantes de organizações da sociedade civil.

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