
Durante sua chegada a Calgary, no Canadá, para participar da cúpula do G7, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (16) que o grupo não precisa mais existir. Segundo ele, o G20 é atualmente mais representativo e relevante no cenário global.
“Putin participava do G8. Acho que o G7, no fundo, no fundo, não há nem necessidade de existir o G7. O G20 é mais representante”, declarou Lula ao chegar ao hotel onde ocorre o encontro entre os líderes de algumas das principais potências mundiais.
O presidente reforçou que o G20 possui maior diversidade e abrangência: “O G20 eu acho que tem mais importância, tem mais densidade humana, tem mais densidade econômica”.
O G7 é formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. A Rússia, que integrava o antigo G8, foi suspensa do grupo em 2014, após a anexação da Crimeia. Para Lula, o G7 representa um clube das nações mais ricas, criado em um contexto histórico que já não corresponde ao mundo atual.
“[O G7] existe desde 1975, desde a Crise do Petróleo. São os primos ricos que se reúnem. Eles não querem parar de se reunir, mas eles estão no G20”, disse.
Apesar das críticas, o presidente brasileiro afirmou que tem participado frequentemente das reuniões do G7. “De qualquer forma, sou convidado desde 2003. Eu participo para não dizer que eu recuso a festa dos ricos”, ironizou.
Lula também comentou brevemente sobre a tensão entre Israel e Irã. “Qualquer conflito me preocupa, sou um homem que nasceu pra paz”, afirmou.
O presidente evitou se manifestar sobre a polêmica em torno do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Mesmo diante de repetidas perguntas da imprensa, ele preferiu não comentar a aprovação, na Câmara dos Deputados, do regime de urgência para o projeto que tenta derrubar o novo decreto do governo sobre o tema.