PUBLICIDADE

Datafolha especula contra Lula e distorce legado de Bolsonaro

O Datafolha — instituto ligado ao Grupo Folha — voltou a atuar como instrumento de especulação política e manipulação da percepção pública. Na mais recente pesquisa, publicada pela Folha de S.Paulo, o instituto alega que o governo Lula é “pior” que o de Jair Bolsonaro nos temas inflação e segurança pública. No entanto, basta uma análise crítica dos dados e do contexto para perceber o enviesamento da amostragem e a construção de uma narrativa que busca desidratar politicamente o presidente petista.

A pesquisa ouviu 2.004 eleitores em 135 cidades, nos dias 10 e 11 de junho. O timing da publicação, o enquadramento das perguntas e a escolha dos temas reforçam uma linha editorial que se distancia do jornalismo informativo e flerta com o ativismo ideológico de viés liberal-conservador — especialmente no campo econômico.

Percepção não é realidade: inflação e a guerra semiótica

A pesquisa ouviu 2.004 eleitores em 135 cidades, nos dias 10 e 11 de junho. O timing da publicação, o enquadramento das perguntas e a escolha dos temas reforçam uma linha editorial que se distancia do jornalismo informativo e flerta com o ativismo ideológico de viés liberal-conservador — especialmente no campo econômico.

Segundo o Datafolha, 50% dos entrevistados acham que Lula vai pior que Bolsonaro no controle da inflação. Mas não há, de fato, um descontrole inflacionário no atual governo. O IPCA acumulado em 12 meses até maio está abaixo de 4%, e o Brasil tem uma das taxas de inflação mais baixas entre os países do G20.

A narrativa do “descontrole” é sustentada artificialmente por setores do mercado financeiro e da grande mídia, mesmo com a manutenção da taxa Selic em patamares elevados — o que prejudica a economia real e o consumo popular. É uma guerra semiótica: transformar percepção inflada em fato consumado.

Segurança pública: bolsonarismo e a fantasia do “estado de ordem”

Outro dado da pesquisa afirma que 46% dos entrevistados consideram Bolsonaro melhor que Lula em segurança pública. Trata-se de uma falácia histórica. Durante o governo Bolsonaro, os índices de violência letal caíram não por ação federal, mas apesar da omissão do Executivo e graças a políticas estaduais herdadas de governos anteriores — inclusive petistas.

Bolsonaro desmontou conselhos de segurança, armou milícias urbanas com decretos irresponsáveis e promoveu uma cultura de extermínio que banalizou a vida nas periferias. Ainda assim, o Datafolha repete sem crítica a ideia de que “política dura” — leia-se violência institucional — é sinônimo de segurança.

Os empates que não explicam nada

A pesquisa apresenta “empates técnicos” em áreas onde Lula tem entregas concretas: educação, saúde, meio ambiente e combate à pobreza. No caso da saúde, por exemplo, o governo Lula liderou a vacinação em massa contra a Covid-19 em 2023-2024, após o negacionismo mortal de Bolsonaro. No meio ambiente, o desmatamento da Amazônia caiu mais de 50% nos primeiros meses do atual governo, revertendo quatro anos de devastação bolsonarista.

O programa Pé-de-Meia, o novo PAC e o Desenrola Brasil são políticas com impacto direto na população de baixa renda — base do lulismo. Ainda assim, os dados são apresentados como se fossem decepcionantes, ignorando o contexto de reconstrução nacional após a tragédia econômica, social e institucional de 2019 a 2022.

Eleição 2026 no horizonte: pesquisa como pretexto

Ao final, a matéria da Folha admite o objetivo político: antecipar os termos da eleição de 2026. Lula, mesmo pressionado por ataques da mídia e pelos mais ricos do país, permanece como candidato natural da esquerda. Já Bolsonaro, inelegível e cercado por processos no STF, ainda serve como régua moral invertida para a extrema-direita buscar um nome viável.

O Datafolha presta-se a esse papel com entusiasmo: manter Bolsonaro relevante como “comparador de gestão” e desacreditar as políticas de reconstrução em curso. Mas o Brasil real — o do mercado de trabalho aquecido, da queda da inflação e da volta do crédito — resiste à ficção numérica.

Datafolha torce por Tarcísio — e quer minar Lula antes de 2026

A mais recente pesquisa do Datafolha é menos uma fotografia da realidade e mais uma tentativa de moldá-la. No xadrez eleitoral de 2026, a aposta da mídia hegemônica — e, notadamente, do Grupo Folha — é clara: pavimentar o caminho para o governadorTarcísio de Freitas (Republicanos-SP), candidato preferencial do bolsonarismo “limpo”, vestindo a fantasia de gestor técnico.

Para que esse bilhete vingue, é preciso enfraquecer desde já o projeto de Lula. A estratégia é velha, mas eficaz: fabricar desgaste por meio de “pesquisas de percepção” que ignoram dados objetivos, recortam temas convenientes e colocam o ex-presidente Bolsonaro como espantalho comparativo. No fundo, o Datafolha não mede apenas opiniões — ele opera como instrumento de construção de ambiente político.

O eleitor informado não pode aceitar essa naturalização do jogo viciado. Por trás das manchetes, há interesses, projetos de poder e candidatos já escolhidos pelos barões da velha mídia e da Faria Lima.

Denuncie a manipulação, compartilhe esta análise e mantenha o espírito crítico vivo. A democracia não pode ser guiada por pesquisas com torcida.

DEIXE UM COMENTÁRIO

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!

PUBLICIDADE

RECENTES

MAIS NOTÍCIAS