
A deputada federal Carla Zambelli (PL) chamou de “injustiça” a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de condená-la a 10 anos de prisão e afirmou que não sobreviveria na cadeia. Segundo a parlamentar, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), deu um “sinal verde” ao líder do PL na Casa, Sóstenes Cavalcante, para que seja pautada a suspensão da ação penal.
O ministro Luiz Fux votou nesta quarta-feira, 14, para condenar a deputada federal pela invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O voto de Fux concluiu o julgamento realizado na Primeira Turma. Zambelli foi condenada por unanimidade a dez anos de prisão, além da perda do cargo de deputada federal. A parlamentar negou as acusações e afirmou que é vítima de uma injustiça.
O advogado da deputada federal, Daniel Bialsky, afirmou que entrará com um embargo de declaração assim que o acórdão for publicado e criticou o julgamento do STF em formato virtual. Segundo a defesa, ele gravou um vídeo rebatendo pontos da acusação e reclamou que teria sido assistido somente pelo ministro relator, Alexandre de Moraes.
Os embargos de declaração podem adiar o trânsito em julgado da decisão em algumas semanas. Contudo, o recurso não tem poder de alterar a condenação. Eventual prisão precisa ser autorizada pela Câmara dos Deputados. A perda do mandato seria automática, definida pelo STF ao fim do processo, mas com a declaração sendo feita pela Mesa Diretora da Câmara.
Questionada se havia sido procurada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a parlamentar disse que não, mas ressaltou que não “esperava ser acolhida”.
“De um tempo para cá, eu não esperava ser acolhida. Numa situação como a gente está, é difícil você esperar o acolhimento das pessoas. Mas eu sei que eu tenho o acolhimento da família. A Michelle já me procurou, o Flávio Bolsonaro, o Eduardo Bolsonaro comentou o meu caso. E eu acho que isso, para mim, é suficiente para mostrar que todo o meu trabalho não foi em vão”, afirmou.
A deputada sugeriu ainda que jornalistas e parlamentares colocassem o voto do ministro Alexandre de Moraes no ChatGPT e questionassem se há incongruências na condenação. Em seu voto, Moraes disse que a deputada manteve uma “ligação umbilical” com o hacker com “objetivos antirrepublicanos”