Oito trabalhadores piauienses foram resgatados em condições análogas à escravidão no município de Sorocaba, interior de São Paulo. Eles faziam parte de um grupo de 65 operários resgatados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) na atividade da construção civil. Além dos piauienses, também foram encontrados trabalhadores de Pernambuco, Bahia e Mato Grosso.
De acordo com o MTE, os operários foram abandonados pelos contratantes e ficaram desamparados nas ruas, sem acesso a alimentação, moradia adequada e condições mínimas de higiene. O auditor-fiscal do Trabalho e chefe do SEINT de Sorocaba e Região, Ubiratan Vieira, explicou que, após contato com as empresas responsáveis, foi realizada uma reunião com os trabalhadores, o Sindicato da Construção Civil e o Conselho Sindical para definir o pagamento das verbas trabalhistas.
As empresas envolvidas nas irregularidades serão notificadas e autuadas. “Em alguns casos, houve resgate devido ao estado precário dos alojamentos, à alimentação insuficiente e aos constantes atrasos salariais. Na construção civil, infelizmente, muitos trabalhadores resgatados acabam sendo explorados novamente em outras obras”, destacou Vieira.
O procurador do Trabalho Edno Moura, coordenador regional de combate ao Trabalho Escravo no Ministério Público do Trabalho (MPT-PI), lamentou que piauienses ainda sejam vítimas dessa prática. Ele ressaltou que os esforços de fiscalização ajudaram a reduzir o número de resgatados no estado, que caiu de 180 em 2022 para 14 em 2024. “Apesar da redução dos casos no Piauí, ainda há trabalhadores que, iludidos por falsas promessas, acabam explorados em outros estados”, pontuou.
O MPT alerta os trabalhadores sobre sinais de possíveis situações de exploração, como:
● Ofertas de salário muito acima do mercado;
● Transporte feito em ônibus clandestinos;
● Pagamento antecipado de parte do salário para deixar com familiares.
Denúncias podem ser feitas anonimamente ao MPT, pelo site www.prt22.mpt.mp.br ou pelo WhatsApp (86) 99544-7488.