A denúncia da Procuradoria-Geral da Repúblicacontra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) indica que eles consideraram interferir no segundo turno das eleições em várias cidades do país.
O documento aponta que a então diretora de Inteligência do Ministério da Justiça, Marília Alencar, solicitou um mapeamento de Business Intelligence das cidades onde Lula (PT) obteve mais de 75% dos votos no primeiro turno.
AÇÕES DA POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL
O analista de inteligência responsável pela coleta dos dados, Clebson Vieira, teria demonstrado “perplexidade” com as solicitações e confirmou que suas análises influenciaram as ações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na época comandada por Silvinei Vasques, no segundo turno da disputa entre Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva.

Entre o primeiro e o segundo turno, Marília Alencar aumentou as reuniões com o então ministro da Justiça, Anderson Torres. O objetivo desses encontros teria sido revelado em mensagens trocadas com o então diretor de operações do ministério, Fernando Oliveira.
A operação tinha como foco principal a região Nordeste, com uma planilha detalhando as seguintes 37 cidades que deram ampla vitória a Lula no primeiro turno: Capitão Gervásio Oliveira (PI), Brejo do Piauí (PI), Boquira (BA), Coronel José Dias (PI), Santa Inês (PB), Pernamirim (PE), Cocal dos Alves (PI), Souto Soares (BA), Ibimirim (PE), Solidão (PE), Araripe (CE), Lamarão (PE), Barra dos Mendes (BA), Afonso Cunha (MA), Ingazeira (PE), Caetanos (BA), Potengi (CE), Alagoinha (PE), Duque Bacelar (MA), Bodocó (PE), Mulungu do Morro (BA), Verdejante (PE), Capoeiras (PE), São José do Belmonte (PE), Carnaíba (PE), Monte Santo (BA), São Francisco do Maranhão (MA), Moreilândia (PE), Nova Redenção (BA), Flores (PE), Ipiranga do Piauí (PI), Altaneira (CE), Abaiara (CE), Igaporã (BA), Exu (PE), Olho D’Água do Casado (AL) e Milagres (CE).
Além disso, o levantamento incluía informações sobre o estado de Minas Gerais, em abas nomeadas como “MG MAIOR QUE 75% LULA” e “MG MAIOR QUE 50% BOLSO”.
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